10. “Utoya, 22 de Julho” /
“Utøya 22. Juli”
Realização | Erik
Poppe
Interpretação | Andrea Berntzen, Aleksander Holmen,
Solveig Koløen Birkeland, Brede FristadNoruega | 2018 | Drama | 93 Minutos | M/14
“ (…) Desenvolvido a partir do olhar de uma vítima fictícia da tragédia, o filme acompanha, em tempo real, os momentos de terror vividos na ilha de Utøya, conseguindo essa extraordinária proeza técnica de ser, todo ele, filmado num único plano. Perseguindo freneticamente as vítimas, a câmara transmite ao espectador a sensação de estar, também ele, no meio dos acontecimentos, multiplicando por mil o teor de autenticidade do filme e oferecendo momentos de fazer gelar o sangue (…)”. Crítica completa em https://errosmeusmafortunaamorardente.blogspot.com/2018/11/cinema-utoya-22-de-julho.html
10. “Em Guerra” / “En Guerre”
Realização | Stéphane
Brizé
Interpretação | Vincent Lindon, Mélanie Rover, Jacques
Borderie, David ReyFrança | 2018 | Drama | 109 minutos | M/12
“ (…) Bebendo a sua força no realismo das situações, “Em Guerra” afirma-se como um quase documentário ao acompanhar alguns dos momentos-chave de todo o processo, denunciando os mecanismos de poder que se instalam na relação entre patrões e assalariados, bem como no seio dos próprios trabalhadores. Fazendo lembrar os filmes de cariz social assinados por Ken Loach, “Em Guerra” é um objecto cru, os planos a viverem muito da câmara à mão e duma objectiva que prefere distanciar-se da acção, “espreitando-a” duma forma discretamente voyeurista. Mas é também um filme de um actor, no caso Vincent Lindon, que tem aqui uma interpretação absolutamente brilhante no papel do porta-voz dos trabalhadores (…)”. Crítica completa em https://errosmeusmafortunaamorardente.blogspot.com/2018/11/cinema-em-guerra-enguerre-realizacao.html
9. “Uma Mulher Doce” /
“Krotkaya”
Realização | Sergei LoznitsaInterpretação | Valeriu Andriutã, Liya Akhedzhakova, Vasilina Makovtseva, Boris Kamorzin
França, Alemanha, Lituânia, Holanda | 2017 | Drama, Mistério | 143 minutos | M/16
“ (…) Misto de farsa e pesadelo, “Uma Mulher Doce” leva-nos do realismo mais radical ao barroco absoluto, num movimento desprovido de lógica aparente e ao longo do qual encontramos traços de Fellini, Tarkovsky ou Bela Tarr. O tema é amargo e absurdo. À medida que a personagem principal vai sendo dominada por uma realidade cujo funcionamento procura entender, o filme transforma-se num teste ao espectador, mergulhando-o no sofrimento físico e mental ao qual gostaria de escapar. O calvário chegará ao fim com a passagem dos créditos finais, mas fica a certeza de que se irá prolongar para a protagonista, personificação daquilo que constitui o pesadelo de muitos (…)”. Crítica completa em https://errosmeusmafortunaamorardente.blogspot.com/2018/06/cinema-uma-mulher-doce.html
8. “A Eterna Desculpa” / “Nagai
iiwake”
Realização | Miwa Nishikawa
Interpretação | Masahiro Motoki,
Pistol Takehara, Eri Fukatsu, Kenshin Fujita
Japão | 2016 | Drama | 124 minutos
| M/12
“ (…) Calmo e subtil, “A Eterna
Desculpa” evita da melhor forma o sentimentalismo gratuito. Embora
lide com matérias tão delicadas como a dor, o luto ou as sombras do
passado, o filme não é uma simples jornada redentora, antes guarda
o devido distanciamento na forma como aborda a complexidade e
variedade das relações humanas através duma trama
surpreendentemente dura. Focando-se nas diferenças entre Sachio e
Yoichi e no vínculo com as crianças, o filme estabelece uma
dinâmica profundamente envolvente que esbate a previsível dicotomia
entre os dois homens (…)”. Crítica completa em
https://errosmeusmafortunaamorardente.blogspot.com/2018/06/cinema-eterna-desculpa.html
7. “Guerra Fria” / “Zimna
wojna”
Realização | Pawel Pawlikowski
Interpretação | Joanna Kulig,
Tomasz Kot, Borys Szyc, Agata Kulesza
Polónia, França, Reino Unido |
2018 | Drama, romance | 88 minutos | M/14
“ (…) Condensando, no curto espaço
de 88 minutos, uma década de relacionamento repleto de armadilhas, o
filme não facilita a tarefa ao espectador em matéria de
envolvimento, de tal forma a realização passa por cima das
personagens e dos seus problemas, como que os subestimando. Mas é
precisamente esse lado urgente que confere ao filme a sua parcela de
tragédia humana, os problemas dos dois protagonistas vindo, em
grande parte, de si mesmos e das suas diferenças, o homem tendo uma
visão de artista, enquanto a mulher, mais pragmática, recusando
acima de tudo envolver-se (…)”. Crítica completa em
https://errosmeusmafortunaamorardente.blogspot.com/2018/09/cinema-guerra-fria.html
6. “Ana, Meu Amor” / “Ana, Mon
Amour”
Realização | Cãlin Peter Netzer
Interpretação | Diana Cavallioti,
Mircea Postelnicu, Carmen Tanase, Vasile Muraru
Roménia | 2017 | Drama, romance |
127 Minutos | M/16
“ (…) O filme de Cãlin Peter
Netzer é a radiografia descarnada de uma relação patológica
estabelecida entre um suposto bom samaritano (Mircea Postelnicu) e
uma mulher depressiva e dominada pelos traumas da infância e da
adolescência (magnífica Diana Cavallioti). O olhar do cineasta
romeno não faz qualquer concessão, tudo é mostrado, dos momentos
mais íntimos aos mais selvagens, naquilo que são as sequências de
uma relação em todas as suas fases (…)”. Crítica completa em
https://errosmeusmafortunaamorardente.blogspot.com/2018/08/cinema-ana-meu-amor.html
5. “Shoplifters – Uma Família
de Pequenos Ladrões” / “Shoplifters”
Realização | Hirokazu Koreeda
Interpretação | Lily Franky,
Sakura Ando, Mayu Matsuoka, Jyo Kairi, Miyu Sasaki
Japão | 2018 | Crime, Drama | 121
Minutos | M/14
“ (…) Embora atípica, a família
volta a ser o instrumento de que Hirokazu Koreeda se serve para
pensar os grandes temas da existência humana. No caso concreto, um
pequeno núcleo funciona como refúgio em situações de aperto, o
realizador a dizer-nos que, mais do que os laços naturais, o
acolhimento e a solidariedade são palavras-chave na forma como os
seus membros se comportam. São muitos os momentos que sustentam esta
visão ao longo do filme, nomeadamente a cena em que, perante a
proximidade da morte, a avó sussurra um “obrigada” que incorpora
uma enorme gratidão apesar de toda uma vida vivida à margem da
sociedade (…)”. Crítica completa em
https://errosmeusmafortunaamorardente.blogspot.com/2018/12/cinema-shoplifters-uma-familia-de.html
4. “Olhares Lugares” / “Visages
Villages”
Realização | Agnès Varda e JR
Interpretação | JR, Agnès Varda,
Jean-Paul Beaujon, Jeannine Carpentier, Marie Douvet
França | 2017 | Documentário | 90
minutos
“ (…) “Olhares Lugares” é
Agnès Varda no seu melhor. Fiel aos princípios da Nouvelle Vague,
que ajudou a criar, a realizadora mostra-se exímia em estabelecer a
justaposição entre ficção e realismo documental. Fazê-lo em
parceria com JR é, desde logo, o reconhecimento por outras
expressões artísticas e, em particular, pela fotografia. Mas é
também a demonstração de que a comunhão entre o velho e o novo, o
moderno e o “rétro”, não apenas é possível como é idónea.
Varda e JR trazem às aldeias uma arte que, até então, tinha
primado pela ausência, e não apenas com o simples objectivo de a
mostrar, mas com o intuito de a tornar peça de museus vivos, de
lembrar que a arte não é um simples capricho, antes contribui para
o progresso social do indivíduo e para um melhor conhecimento do
mundo (…)”. Crítica completa em
https://errosmeusmafortunaamorardente.blogspot.com/2018/02/cinema-olhares-lugaresvisages-villages.html
3. “Roma”
Realização | Alfonso
Cuarón
Interpretação | Yalitza Aparicio, Marina de Tavira,
Diego Cortina Autrey, Carlos PeraltaMéxico | 2018 | Drama | 135 minutos | M/14
“ (…) “Roma” é, como já foi dito, um retrato pessoal íntimo, mas nessa intimidade convergem também os grandes problemas sociais que o México viveu em meados da década de 60 e que culminaram no massacre de centenas de estudantes. O privado e o público estão constantemente ligados com imagens hipnóticas, além dos requintados detalhes e reconstruções da época que compõem uma bela e exaustiva obra de arte para cada cena, e também do evidente trabalho de fotografia do próprio Cuarón (…)”. Crítica completa em https://errosmeusmafortunaamorardente.blogspot.com/2018/12/cinema-roma.html
2. “Não Deixeis Cair em Tentação”
/ “La Prière”
Realização | Cédric Kahn
Interpretação | Anthony Bajon,
Damien Chapelle, Alex Brendemühl, Louise Grinberg
França | 2018 | Drama | 107 Minutos
| M/12
“ (…) Não se afirmando,
necessariamente, como um filme religioso, “Não Deixeis Cair em
Tentação” debruça-se, de forma clara, sobre as questões da fé.
Apesar do ascetismo formal que caracteriza a obra de Cédric Kahn, o
realizador francês mostra que sabe organizar-se num campo de acção
suficientemente vasto para não fazer do filme um mero repositório
de receitas rumo à desintoxicação e à cura. A carga de
ambiguidade colocada pelo protagonista em cada palavra, em cada
gesto, dá-nos a dimensão desse esforço de dar sentido à vida por
intermédio de um lento e doloroso processo de criação de uma nova
identidade em plena adolescência (…)”. Crítica completa em
https://errosmeusmafortunaamorardente.blogspot.com/2018/11/cinema-nao-deixeis-cair-em-tentacao.html
1. “Girl: O Sonho de Lara” /
“Girl”
Realização | Lukas Dhont
Interpretação | Victor Polster,
Arieh Worthalter, Oliver Bodart, Tijmen Govaerts
Holanda, Bélgica | 2018 | Drama |
109 minutos | M/14
“ (…) Mais do que expôr o bullying
ou a intolerância que Lara vivencia, o realizador faz questão de
abordar a luta interior e as inquietações desta jovem. Dhont
faz-nos mergulhar no interior das rotinas de Lara, das suas
descobertas, temores, inquietações, conquistas e derrotas. Fá-lo,
quase sempre, recorrendo a pequenos episódios que alimentam a trama
e enriquecem a personagem. São momentos que contribuem não apenas
para dar a ver a protagonista e o seu quotidiano, mas que concorrem
para a criação de um forte vínculo entre o espectador e a
adolescente, com a qual é compelido a partilhar as emoções (…)”.
Crítica completa em
https://errosmeusmafortunaamorardente.blogspot.com/2018/12/cinema-girl-o-sonho-de-lara.html
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