CINEMA: “Utoya, 22 de Julho” /
“Utøya 22. Juli”
Realização | Erik PoppeArgumento | Siv Rajendram Eliassen, Anna Bache-Wiig
Fotografia | Martin Otterbeck
Montagem | Einar Egeland
Interpretação | Andrea Berntzen, Aleksander Holmen, Solveig Koløen Birkeland, Brede Fristad, Elli Rhiannon Müller Osbourne, Jenny Svennevig, Ingeborg Enes, Sorosh Sadat
Produção | Finn Gjerdrum, Stein B. Kvae
Noruega | 2018 | Drama | 93 Minutos | M/14
Cinema Dolce Espaço
18 Nov 2018 | dom | 18:30
Sete anos volvidos sobre os atentados terroristas de Oslo, perpetrados pelo extremista Anders Breivik, chega agora ao grande ecrã “Utoya, 22 de Julho”, com assinatura do realizador Erik Poppe. Descrevendo, de forma realista, o ataque ao acampamento de jovens da “Universidade de Verão” do Arbeiderpartiet, o Partido Trabalhista Norueguês, o filme debruça-se sobre os 72 intermináveis minutos que durou o ataque e cujo saldo trágico se estima em 69 mortos.
Desenvolvido
a partir do olhar de uma vítima fictícia da tragédia, o filme
acompanha, em tempo real, os momentos de terror vividos na ilha de
Utøya, conseguindo essa extraordinária proeza técnica de ser, todo
ele, filmado num único plano. Perseguindo freneticamente as vítimas,
a câmara transmite ao espectador a sensação de estar, também ele,
no meio dos acontecimentos, multiplicando por mil o teor de
autenticidade do filme e oferecendo momentos de fazer gelar o sangue.
Aqui reside o grande predicado desta obra, ao retratar o medo naquilo
que ele tem de mais profundo e doentio. O desespero crescente das
personagens é o mesmo do espectador ao não conseguir perceber-se de
onde poderá surgir o atacante e quem serão as suas próximas
vítimas.
Uma palavra ainda para o excelente naipe de actores
reunidos em torno deste drama perturbador, em particular para a
actriz principal, Andrea Berntzen, que brilhantemente personifica
Kaja. Embora ficcionadas, as personagens são baseados nas histórias
verdadeiras dos sobreviventes e esse é ainda um mérito de Erik
Poppe, uma vez que o argumento é baseado numa história sua. Não é,
seguramente, um filme de visão fácil, mas é um filme importante na
medida em que traz de volta as lembranças dum acontecimento terrível
e que nos aconselha a manter a guarda alta contra toda e qualquer
espécie de extremismos. Um filme a não perder!
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