CONCERTO: Avishai Cohen Trio
Misty Fest 2018
Casa da Música
20 Nov 2018 | ter | 21:00
Misty Fest 2018
Casa da Música
20 Nov 2018 | ter | 21:00
Após
a épica digressão de apresentação de “1970”, o seu mais
recente trabalho, Avishai Cohen “regressou à calma”, subindo ao
palco da Casa da Música, na noite de ontem, para um concerto que
viria a revelar-se memorável. Ao longo de uma hora e meia, o
contrabaixista, vocalista e compositor israelita mostrou o porquê de
ser uma das grandes figuras do jazz contemporâneo, convidando um
entusiástico público que esgotou completamente a sala a uma viagem
autêntica e meditativa através duma música que, respeitando a
tradição, não se coibiu de mostrar novos e improváveis caminhos.
Dando provas dum virtuosismo
inexcedível, Cohen revelou-se insaciável na hora de extrair do
contrabaixo tudo o que ele pode dar, estabelecendo com o instrumento
uma fisicalidade intensa, a roçar o erotismo. No frenético dedilhar
das cordas, nos golpes seguros do arco ou na batida ritmada da caixa
de ressonância, foi muito mais do que apenas musica aquilo que o
público pôde receber, num exercício único de paixão e superação.
Justo será dizer, no entanto, que a dimensão superior destes
momentos exaltantes foi enormemente potenciada graças aos dois
músicos que acompanharam em palco o líder. Elchin Shirinov fez do
piano um interlocutor privilegiado dos diálogos com o contrabaixo
enquanto Itamar Doari conseguiu a extraordinária proeza de pôr uma
bateria a gritar bem alto sem quase se fazer ouvir.
Parco em palavras – retenho pouco mais do que essa novidade que quis partilhar com o público, a de que estará prestar a conseguir a cidadania portuguesa -, Avishai Cohen omitiu o nome dos temas que fizeram parte do alinhamento deste concerto. Resumiram-se a uma dúzia, o que permite afirmar, com toda a certeza, que uma enorme fatia da obra discográfica do artista ficou de fora. Aquilo que ouvimos, porém, é o melhor e mais significativo estímulo para a descobrirmos em toda a sua plenitude. Harmoniosa e delicada, plena de sonoridades reveladoras de influências múltiplas – do Leste Europeu ao Médio Oriente, dos ritmos africanos às ambiências urbanas do Novo Mundo –, a música de Avishai Cohen é um dos mais perfeitos lenitivos para a alma. Em suma, um concerto memorável, daqueles que valem por uma vida, que nos reconciliam com o mundo e connosco próprios!
Parco em palavras – retenho pouco mais do que essa novidade que quis partilhar com o público, a de que estará prestar a conseguir a cidadania portuguesa -, Avishai Cohen omitiu o nome dos temas que fizeram parte do alinhamento deste concerto. Resumiram-se a uma dúzia, o que permite afirmar, com toda a certeza, que uma enorme fatia da obra discográfica do artista ficou de fora. Aquilo que ouvimos, porém, é o melhor e mais significativo estímulo para a descobrirmos em toda a sua plenitude. Harmoniosa e delicada, plena de sonoridades reveladoras de influências múltiplas – do Leste Europeu ao Médio Oriente, dos ritmos africanos às ambiências urbanas do Novo Mundo –, a música de Avishai Cohen é um dos mais perfeitos lenitivos para a alma. Em suma, um concerto memorável, daqueles que valem por uma vida, que nos reconciliam com o mundo e connosco próprios!
[Foto: Jos L. Knaepen /
avishaicohen.com/imggallery]
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