CERTAME: XI Festival Literário de Ovar
Agrupamento de Escolas de Esmoriz – Ovar Norte | Curso Técnico de Multimédia | Alice Caetano, Andreia Confusa, Belmiro Carvalho, Bruno Henriques, Cândida Jardim, Carlos Nuno Granja, Cristina Carvalho, Edgar Pedro, Fernando Soares, Joana Leitão, José Manuel Castanheira, Lúcia Bandeira, Madalena Sá Fernandes, Manuel Frias Martins, Marcelo Teixeira, Matilde Horta, Nuno Bernardo, Paula Margato, Pedro Reisinho, Rita Correia, Rui Couceiro, Rui Guedes, Rui Manuel Almeida, Sérgio Duarte, Teresa Carvalho, Trigo Limpo – Teatro ACERT, Vanessa Martins
Parque Urbano de Ovar, Centro de Artes de Ovar, Bar do CAO
21 Set 2025 | dom | 10:00 e 15:00
A décima primeira edição do Festival Literário de Ovar chegou ao fim e o balanço, feito na primeira pessoa por Carlos Nuno Granja, programador de conteúdos literários e, incontestavelmente, a alma e o coração do certame, resume-se numa frase: “Esta foi a melhor edição de sempre do Festival.” Uma ideia partilhada pelos indefectíveis do FLO, que o vêm acompanhando com renovado interesse, e que vêem nela o ponto de encontro perfeito no final de cada Verão. Durante cinco dias, Ovar foi a cidade da palavra e da cultura, com onze mesas literárias, quinze apresentações de livros, seis concertos e performances, oito oficinas, três sessões de teatro ambulante e uma curta-metragem em estreia mundial. Ainda na ressaca duma verdadeira maratona de celebração da palavra, o sentimento de alegria prevalece, pela excelência das mesas literárias, das conversas e apresentações de livros, dos concertos, dos abraços aos amigos de antes e de agora. Mas há também como que uma estranheza, uma quase sensação de orfandade, pelo fim deste ambiente tão acolhedor, de emoção e partilha, que sabe bem e faz bem.
De uma beleza ímpar, o Parque Urbano de Ovar foi o palco da manhã do último dia do Festival Literário de Ovar. A jornada não poderia ter começado melhor, com a apresentação de “O descabido caso dos livros desaparecidos”, uma obra de Carlos Nuno Granja, com ilustrações de Andreia Confusa. Matilde Horta dirigiu uma oficina de ilustração, Paula Margato trouxe para a Sessão de Conto “Um Lobo, Uma Capuchinho & Companhia Ilimitada” e houve igualmente lugar a uma mesa, a penúltima do programa, superiormente moderada por Rui Guedes e que contou com a participação de Vanessa Martins, Alice Caetano e Joana Leitão. A sessão resultou num vivo e enriquecedor momento em torno da literatura infantil, no qual se falou do processo criativo, de onde nascem as ideias para escrever, do acto da escrita como catarse e da dificuldade em provar aos mais novos, fascinados pelas novas tecnologias, que o livro é um objecto carregado de magia e sedução. A tarde teve o seu início no Bar do CAO e, logo a abrir, foi animada por uma excelente conversa moderada por Marcelo Teixeira, com Cristina Carvalho e José Manuel Castanheira ao seu lado na mesa, nela se falando da vasta obra dos dois convidados e, em particular, do livro que escreveram em parceria, “Fabulário ou o Pequeno Circo do Mundo”.
A apresentação dos livros “A Dança dos Pássaros Invisíveis”, de Edgar Pedro, e “O Rufo do Tambor que Levamos no Peito”, de Rui Guedes, prenderam igualmente a atenção dos presentes, bem como a Sessão de Contos, animada por Cândida Jardim, e a Oficina de Ilustração, com Rita Correia. O Auditório do Centro de Arte de Ovar abriu-se ao público para a última mesa do Festival, com Madalena Sá Fernandes, Manuel Frias Martins e Rui Couceiro, e moderada por Teresa Carvalho. Sob uma frase de Miguel Torga - “Mas a vida é uma coisa imensa, que não cabe numa teoria, num poema, num dogma, nem mesmo no desespero inteiro dum homem” –, os convidados fizeram aquilo a que a moderadora chamou “esfregar sal na ferida que somos”. Também aqui se falou do processo de escrita, com Madalena Sá Fernandes a afirmar que “a literatura pode pouco, mas é esse pouco que a torna insubstituível” e Manuel Frias Martins a dizer que a base da escrita ficcional está no “não é, mas poderia ser”. Enfim, Rui Couceiro salientou que, “ainda que o futuro esteja sob a ameaça da Inteligência Artificial, haverá sempre uma literatura sem batota para nosso consolo.” A curta-metragem “Fui logo a Bela para Todos”, realizada por Belmiro Carvalho, e “Teatro Paraíso / Palavra Ambulante”, por Trigo Limpo Teatro ACERT, colocou o ponto final numa edição memorável do Festival. O FLO regressa daqui a um ano. Viva o FLO!
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