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segunda-feira, 8 de abril de 2024

EXPOSIÇÃO: “Liberdade - 50 anos, 50 mulheres, 50 dias”



EXPOSIÇÃO: “Liberdade - 50 anos, 50 mulheres, 50 dias”
Vários artistas
Museu Municipal de Espinho
08 Mar > 27 Abr 2024


Evocando a Revolução dos Cravos, o Museu Municipal de Espinho apresenta “Liberdade - 50 anos, 50 mulheres, 50 dias”, exposição onde se cruzam a pintura, o desenho, a escultura, a fotografia, a gravura, a cerâmica e a instalação. São 50 obras de 50 mulheres que, ao longo dos anos, deram a Espinho o privilégio de aqui apresentarem os seus trabalhos e que, para esta mostra, aceitaram partilhar o próprio sentir de liberdade. Tendo o 25 de Abril como mote das mais variadas formas de entendimento e expressão de um tempo aberto à igualdade, à justiça e à democracia, as artistas dão-se a ver no que têm de criatividade e sensibilidade, ousadia e irreverência. Ainda que de forma indirecta, são trabalhos que se inscrevem numa iconografia vasta e impressiva, assumindo-se como meios de intervenção no espaço social e político, no que neles há de denúncia e protesto, de reivindicação e afirmação.

Espaço aberto a todos os géneros, sensibilidades e formas de expressão artística, o Museu Municipal de Espinho e os seus responsáveis sempre tiveram para com as mulheres artistas uma especial deferência. Se provas fossem precisas, bastaria lembrar que um dos momentos mais altos da programação deste espaço é, em anos ímpares, a Bienal Internacional de Arte de Espinho, a qual, nas suas primeiras quatro edições, teve a designação de “Bienal Internacional Mulheres d’Artes” e destinava-se a um público exclusivamente feminino. Neste que é “o tempo das mulheres” (nome de uma exposição - e um livro - de Alfredo Cunha, outro artista que, com as suas fotografias, já ocupou as paredes das galerias Amadeo de Souza-Cardoso), deixemo-nos fascinar pela diversidade e beleza dos trabalhos expostos, abarcando com o pensamento a multiplicidade de propostas e vendo no seu conjunto um abraço a quem nos deu “o dia inicial inteiro e limpo”.

A minha visita à exposição foi um momento de afectos nesse reencontro com muitos dos trabalhos aqui apresentados, evocando lugares e contextos diferentes, do Museu Júlio Dinis à Casa da Cultura de Estarreja, da Zet Gallery à Cooperativa Árvore, do Auditório Municipal de Gondomar à Fiação de Lever e aos momentos sempre belíssimos da Bienal Internacional de Arte de Gaia, passando, naturalmente, por muitas das exposições que têm ocupado as galerias do Museu Municipal de Espinho. Foi um tempo feliz, um tempo de voltar a abraçar Manuela Mendes da Silva, Susana Bravo, Ana Torrie, Balbina Mendes, Elizabeth Leite, Yola Vale, Ana Aragão, Lauren Maganete, Ana Maria Pintora, Cristina Troufa, Alvarenga Marques, Inês Pargana, Maria Afonso, Celeste Ferreira, Graça Martins ou Maria Do Carmo Vieira. Mas também de conhecer - e guardar - novas artistas. Até ao dia 27 de Abril, é obrigatório passar por lá.

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