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sábado, 9 de dezembro de 2023

CERTAME: XVI Bienal Internacional de Cerâmica Artística de Aveiro 2023



CERTAME: XVI Bienal Internacional de Cerâmica Artística de Aveiro 2023
Vários locais
28 Out 2023 > 28 Jan 2024


No reino do génio, do engenho e da criatividade. É desta forma que podemos classificar a Bienal Internacional de Cerâmica Artística de Aveiro, evento a cumprir a sua décima sexta edição e que serve de prólogo ao Aveiro 2024 - Capital Portuguesa da Cultura. Repartido por onze pólos distintos, o Programa da Bienal oferece, para além do Concurso Internacional cuja exposição reúne 98 trabalhos de 80 artistas, várias exposições individuais e colectivas, uma das quais “Corrente Báltica”, resulta de uma parceria com a Bienal de Cerâmica da Letónia. A ligação à comunidade escolar exprime-se através do projecto “Bienal vai à Escola. A Poesia da Forma”, com a proposta de trabalhar o tema “A Viagem da Palavra”. Masterclasses, workshops, actividades participativas, programas para as famílias, visitas orientadas, oficinas, conferências e jornadas técnicas, acrescentam qualidade e diversidade ao programa, tornando-o rico e apelativo. Acrescente-se um conjunto de eventos culturais que incluem visitas encenadas, dança, novo circo, conversas, poesia e muita música e torna-se claro que esta Bienal tem tudo para agradar a todos.

Falando da minha própria experiência, direi que a imersão na Bienal tomou-me praticamente uma tarde inteira (as visitas terminam às 18h00), oferecendo a possibilidade de visitar sete polos expositivos. A aquisição do Passaporte para visita aos vários núcleos é mandatária e tem o custo de € 2,00. Começando pelo Museu de Aveiro / Santa Joana, é lá que se encontram expostos os trabalhos do Concurso Internacional, seleccionados de um universo de 915 peças, de 565 artistas representando 63 nacionalidades, naquela que constitui a maior participação de sempre. No seu conjunto reflectem a diversidade nas abordagens dos artistas ao nível das técnicas, dos materiais, das formas e dos conceitos e, simultaneamente, expressam as diferentes geografias resultando num exercício de experimentação, inovação e criatividade em cerâmica. Para além da obra vencedora, “Balance in Red”, da neerlandesa Paula Bastiaansen, e de outras obras premiadas, como “Grow”, da nipónica Hidemi Tokutake, “Ming-Miao Ko”, do artista de Taiwan com o mesmo nome ou “Que nasçam flores”, da portuguesa Lisa Barbosa, é possível apreciar interessantes trabalhos de artistas de países tão diversos como a Itália ou os Estados Unidos, a Argentina ou a Turquia, a Suíça ou o Irão.

Paragem seguinte, a Galeria Morgados da Pedricosa, a dois passos do Museu Santa Joana, alberga uma exposição colectiva de ceramistas portugueses onde se incluem Carlos Enxuto, João Carqueijeiro e Sofia Beça, entre outros. A mostra é imperdível e tem a particularidade de reunir pela primeira vez, numa exposição única, artistas / ceramistas portugueses com o carimbo AIC - Academia Internacional de Cerâmica. No caminho para a baixa da cidade, paragem nos Claustros da Igreja da Misericórdia para apreciar “Binómio”, colectiva da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, com obras cujo diálogo assenta nas ideias de interioridade, exterioridade, verticalidade ou horizontalidade. Segue-se a Galeria da Antiga Capitania e a obra cerâmica de Cecília de Sousa, subordinada ao título “A Poética da Erosão”, exposição que, pelo seu valor, será alvo de um apontamento individualizado aqui no blogue. O mesmo acontecerá com o extraordinário trabalho “Paraísos Frágeis”, de Ellen Van Der Woude, patente no Museu Arte Nova. O Museu da Cidade acolhe “Corrente Báltica”, onde se mostra a corrente criativa dos países bálticos, à boleia da Bienal de Cerâmica da Letónia. Percorrer a Avenida Lourenço Peixinho em toda a sua extensão, ao encontro da Estação de Caminhos de Ferro. pode ser desmotivador, mas “Paisagens Entrelaçadas”, de Juana Fernández, vale mesmo a pena.

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