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domingo, 2 de julho de 2023

CONCERTO: Orquestra Metropolitana de Lisboa | Christian Lindberg



CONCERTO: Orquestra Metropolitana de Lisboa
Trombone e direcção musical | Christian Lindberg
FIME - 49.º Festival Internacional de Música de Espinho
Auditório de Espinho
30 Jun 2023 | sex | 21:30


Christian Lindberg é uma referência maior da música dos nossos dias. O virtuosismo de trombonista e a irreverência de compositor e arranjador deram o mote para este concerto que pôs o músico à frente da Orquestra Metropolitana de Lisboa. O programa começou por nos oferecer a abertura “As Hébridas”, Opus 26, também conhecida como “A Gruta de Fingal “, poema sinfónico composto por Felix Mendelssohn em 1830, uma peça de forte pendor romântico. Seguiu-se “Golden Eagle”, concerto para trombone e orquestra da autoria do próprio Lindberg e que podemos ver como um catálogo das possibilidades expressivas do trombone no século XXI, evidenciando o papel do solista numa obra espetacular e de grande impacto. Após um breve intervalo, a segunda parte do concerto fez nova incursão pelo período Romântico, “visitando” os “Quadros de Uma Exposição”, de Modest Mussorgsky, com arranjos de Christian Lindberg (tal como fizeram vários outros compositores, de Maurice Ravel aos Emerson, Lake and Palmer.

Christian Lindberg foi eleito em 2015 como melhor instrumentista de sopros metal da história da emissora de rádio clássica mais importante do mundo, a “Classic FM”, e em 2016 recebeu o “International Classic Music Award”, anteriormente concedido a Esa-Pekka Salonen, Krzysztof Penderecki e Charles Dutoit. Depois de ter estreado mais de 300 obras para trombone, gravado mais de 150 álbuns como solista ou criado o “Christian Lindberg International Solo Competition”, foi eleito o melhor instrumentista de metais do século XX, juntamente com Miles Davis e Louis Armstrong. Além de instrumentista, Lindberg também desenvolveu uma carreira de sucesso como maestro e foi nessa dupla qualidade que se apresentou no Auditório de Espinho em mais um concerto integrado no 49.º Festival Internacional de Música da cidade. A sua energia e ritmo em palco foram contagiastes e determinantes para uma grande noite de música clássica, pontuada pela composição da sua autoria, uma verdadeira viagem entre muitos mundos, entre o misterioso e o onírico, o temerário e o contemplativo.

Sinónimo de qualidade e versatilidade, a Orquestra Metropolitana de Lisboa é a pedra angular de um projecto que se estende além do formato habitual de uma orquestra clássica. Multiplica-se com frequência em agrupamentos de música de câmara e junta-se regularmente aos alunos da sua própria Academia para formar uma orquestra de dimensão sinfónica. Esta plasticidade tem-lhe permitido interpretar um leque de repertório que se estende do barroco à contemporaneidade, passando pela ópera e pelas grandes sinfonias românticas. A Espinho trouxe um conjunto de 38 músicos, cuja qualidade e virtuosismo foram determinantes na superior interpretação das peças que Christian Lindberg dirigiu. Tal como em tantas outras ocasiões, a Orquestra soube ir ao encontro do público melómano que esgotou por completo o Auditório de Espinho, acrescentando alegria e entusiasmo a uma noite verdadeiramente especial.

[Foto: Festival Internacional de Música de Espinho | https://www.facebook.com/fimespinho]

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