Páginas

terça-feira, 14 de setembro de 2021

CERTAME: Festival Literário de Ovar 2021 (II)



CERTAME: Festival Literário de Ovar 2021
Ana Bárbara Pedrosa, Ana Cássia Rebelo, Ana Ferreira, Ana Sofia Marçal, Ana Ventura, Anabela Pedrosa, Bento Ramires, Bru Junça, Bruno Henriques, Carla Mühlhaus, Carlos Fiolhais, Carlos Marta, Carlos Nuno Granja, César Rodrigues, Cristina Marques, Daniel Lemos, Daniela Onis, Diogo Leite de Castro, Dora Batalim, Fernando Ribeiro, Fernando Soares, Joana M. Lopes, João Manuel Ribeiro, João Morales, João Tordo, Joaquim Jorge Carvalho, Jorge Ferreira, Jorge Melícias, José Saro, Judite Canha Fernandes, Licínio Pimenta, Luca Argel, Maja Stojanovska, Manuela Pargana Silva, Manuella Bezerra de Melo, Marcelo Teixeira, Maria Almira Soares, Marília Lopes, Marta Pais Oliveira, Minês Castanheira, Paulo Praça, Pedro Guilherme-Moreira, Pedro Podre, Rodolfo Castro, Rodrigo Guedes de Carvalho, Ruben Alves, Rui Guedes, Rui Manuel Amaral, Rui Pedro Lamy, Tânia Clímaco, Vasco Gato, Virgínia Millefiori, Wagner Merije
Vários locais
08 Set > 12 Set 2021


Com o fim de semana à porta, a sessão de sexta feira na Escola de Artes e Ofícios teve para oferecer, logo a abrir, a apresentação do livro “Conhece-te a ti mesmo – Pensamentos e práticas à procura de novas Primaveras”. Wagner Merije, o seu autor, é um amigo do Festival Literário de Ovar e a sua presença entre nós é sempre sinal de conexão, partilha e conhecimento. Neste pequeno livro – que pode ser encontrado em formato ebook para download gratuito na página da Aquarela Brasileira – o seu autor começa por dizer ao que vem, citando Horácio: “Quando a casa do vizinho está pegando fogo, a minha casa está em perigo.” Nos passos de um aprendiz de filósofo que do Oráculo recebe preciosas indicações, o livro convida a que desvendemos um conjunto de princípios que fazem com que cada um de nós possa ser levado a reflectir sobre a sua conduta e encontre o seu caminho. O momento não poderia ser mais oportuno, numa altura em que “obrigados a uma paragem forçada, damos por nós a ponderar as amizades e as companhias em vez de contarmos os bens materiais que o dinheiro pode comprar”, disse Merije.

Com moderação de Manuella Bezerra de Melo, a Mesa 4 pôs frente a frente os escritores Diogo Leite Castro, Pedro Guilherme-Moreira e Marta Pais Oliveira, esta última que vem de ganhar o Prémio Literário Revelação Agustina Bessa-Luís graças ao romance “Escavadoras”, ainda não editado. De tudo quanto foi dito nesta conversa a quatro – e muito foi dito – destacaria algumas frases, cada uma delas abrindo-se à nossa interpretação do mundo como se de um sol se tratasse. Marta Pais Oliveira referiu: “Se não lês és só um; mas se lês és cem mil”. Por seu lado, Diogo Leite Castro afirmou que “a relação difícil entre o que se constrói e se destrói é que torna fascinante o acto da escrita” e também que “num mundo em movimento frenético, ler é parar o tempo. É um acto de rebeldia e aqueles que o fazem são marginais, tal como a arte é marginal”. Finalmente, Pedro Guilherme-Moreira ofereceu a cada um dos presentes a mais bonita frase desta sétima edição do Festival Literário de Ovar. E ainda que o significado das suas palavras possa estar ao alcance de muito poucos, o “nosso Onésimo” disse apenas isto: “O FLO assenta na bondade”.

Com esta ideia a bailar na mente, a terceira e última parte deste inesquecível serão foi preenchida por um Recital de Piano e Poesia com Maja Stojanovska e Pedro Guilherme-Moreira. Como referi na mensagem anterior, este é um momento que farei questão de particularizar, não apenas pela qualidade interpretativa da pianista Macedónia e pelo texto emotivo do escritor Português, mas pela forma como a música e a palavra se fundiram em frases e acordes que tocaram as cordas mais fundas da nossa alma, inundando os nossos olhos de lágrimas e fazendo transbordar de emoção os nossos corações. Desta que foi a “primeira pedra do futuro Museu Alves de Sousa”, que se abriu numa “noite egoísta de três artistas que ficou por nascer dois anos” e nos paralisou ante um cavalete com um quadro inacabado, “a criação incompleta tornada completa quando percebemos que ninguém acaba realmente com a morte”, de tudo isto, como disse, falarei mais tarde. 

(segue)

2 comentários:

  1. Precioso relato de alguém que lê livros, corações e almas. Gratidão amigo Joaquim Margarido.

    ResponderEliminar
  2. Muito obrigado Wagner Merije. Um forte abraço

    ResponderEliminar