EXPOSIÇÃO: “Siza – Inédito e Desconhecido”
Obras de Álvaro Siza, Maria Antónia Siza, Álvaro Leite Siza, Henrique Siza, Joana Siza e outros
Curadoria | António Choupina, Kristin Feireiss
Design expositivo | Álvaro Siza, António Choupina
Produção | Anabela Monteiro, António Choupina, Chiara Porcu
Fundação Marques da Silva
17 Out 2020 > 16 Jan 2021
A exposição, porém, não trata apenas do legado académico de Álvaro Siza, mas também familiar, desde logo com importante enfoque no trabalho da talentosa Maria Antónia Siza, com quem se casou em 1961, em frente ao seu primeiro projecto público – a Casa de Chá da Boa Nova. Mas também nos seus dois filhos, Álvaro (1962) e Joana (1964), em cujas influências se deve reconhecer menos uma propensão genética para o desenho mas, sobretudo, um “zeitgeist” exponenciado pelo convívio doméstico, pelas viagens e amigos, pelas experiências pedagógicas e sociológicas que partilham. Ao longo da mostra, apreciam-se ritmos genealógicos claros, cada um trabalhando independentemente em temáticas convergentes de geometria, mitologia ou religião. Monjas e monges helénicos transfiguram-se em criaturas atléticas, entrelaçadas entre si e entre edifícios.
Álvaro Siza nasceu em 1933, no mesmo ano em que a Bauhaus encerra as suas portas. Ele é porventura o último verdadeiro modernista ou, pelo menos, a voz mais significativa a dar seguimento ao inacabado projecto Moderno no século XXI. Esquissos, esculturas e maquetes demonstram essa continuidade, bem como as suas inevitáveis contradições. Proveniente do seu arquivo mais íntimo ou da colecção de amigos e familiares, cada desenho é uma janela para o mundo. Neles encontramos o sonho de infância de se tornar escultor, as primeiras propostas internacionais em torno da modernidade berlinense, as propostas de habitação social enquanto “arquitecto da participação” no pós-25 de Abril ou os contornos maneiristas da sua obra (a casa de Avelino Duarte, em Ovar, a surgir como referencial neste contexto). Sem que possa ser vista no seu contexto original, espera-se que a itinerância possa levar Álvaro Siza ao encontro de mais públicos. Ficam, por agora, este texto (baseado no catálogo da exposição) assim como algumas imagens da exposição.
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