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CERTAME: Encontros da Imagem -
Festival Internacional de Fotografia e Artes Visuais 2019
Braga, Barcelos, Guimarães e Porto
(vários locais)
13 Set > 27 Out 2019
Um dos maiores e mais consistentes
festivais de fotografia do nosso País, os Encontros da Imagem de
Braga, aí estão de novo, trazendo consigo novas produções
fotográficas, dando visibilidade a autores dos quatro cantos do
mundo e atraindo um público exigente e conhecedor, certo de que não
sairá daqui defraudado. Foi assim nas vinte e oito edições
anteriores e volta a sê-lo novamente em 2019, através dum vasto
conjunto de iniciativas que não se resumem às trinta e duas
exposições, de outros tantos artistas, em dezoito locais distintos,
mas se estendem à leitura de portfolios, a projecções
fotográficas, a um ciclo de cinema que reúne nomes como os de Nanni
Moretti, Abbas Kiarostami ou Aki Kaurismäki, e ainda a uma notável
exposição de livros de fotografia, que resulta de uma parceria com
o renomado Photobook Festival Kassel, Alemanha.
Com a questão “E Agora?” em pano
de fundo, a edição deste ano dos Encontros da Imagem assume-se como
testemunha de “tempos de uma tremenda violência, violência entre
pessoas e entre estas e a natureza (…), tempos de opiniões
fracturadas, que levam à destruição de famílias, comunidades, e
até mesmo países.” Ao mesmo tempo, porém, mostram-se
indisponíveis para aceitar de forma passiva o actual estado de
coisas: “Chegou o momento de nos interrogarmos e decidirmos
enquanto sociedade, se iremos desenvolver a tolerância, defender os
direitos humanos, e pensar no planeta como o nosso último refúgio.
Se iremos ser contra o racismo, a xenofobia, a desigualdade de género
ou qualquer outro tipo de intolerância ou, se iremos continuar a
prolongar estes traumas com indiferença, esperando para ver onde
estes nos levarão?”
A discussão em torno destes assuntos
não se faz esperar. Aqueles que demandem Braga – ou Barcelos,
Guimarães ou Porto, onde se encontram estabelecidos outros sete
pólos do Festival –, vão poder apreciar um conjunto de
testemunhos notáveis, entre os quais o da italiana Alessia Rolo
sobre o drama dos refugiados que têm no Mediterrêneo um imenso
cemitério, da iraniana Schore Mehrdju sobre a crescente repressão
decorrente da Revolução Islâmica, do equatoriano Felipe Jacome que
documenta o êxodo do povo venezuelano, do belga Nick Hannes que põe
em evidencia as contradições do capitalismo sem limites ou ética
num País como o Dubai, do espanhol António Pérez que faz duma
paisagem devastadora o seu laboratório fotográfico, do sueco
Sebastian Sardi que nos mostra os aspectos ambientais catastróficos
do uso do carvão ou da portuguesa Pauliana Valente Pimentel e a sua
abordagem à discriminação para com os homossexuais de Cabo Verde.
Valerá a pena ir espreitando aqui no blogue, porque irei
pormenorizar cada um dos trabalhos enunciados e ainda mais uns
quantos que se revelam fortemente impressivos. Mas agora o importante
é pôr pés ao caminho. Os Encontros encerram no próximo dia 27 e
será imperdoável passar ao lado de tantos e tão bons trabalhos!
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