CIRCO CONTEMPORÂNEO: “Les
Princesses”
Concepção | Marie Jolet
Encenação | Christian Lucas
Interpretação | Matthieu Duval,
Marie Jolet, Marjolaine Karlin, Julien Michenaud, Carine Nunes, Marc
Pareti
Criação musical | Marjolaine
Karlin, com o apoio de Julien Michenaud
Cenografia | Factota
Figurinos | Natacha Costechareire
Produção | Cheptel Aleïkoum
80 Minutos | Maiores de 8 anos
E.B. Manuel do Nascimento, Monchique
25 Out 2019 | Sex | 21:00
“Diz papá, diz mamã
Porque é que os príncipes encantados
Não têm nome”
É num imaginário de contos de fadas,
reis e princesas, caçadores e guerreiros, frutos proibidos, coelhos
gigantes e beijos que quebram feitiços que tem lugar “Les
Princesses”, espectáculo de “Novo Circo Aéreo e Cantado”, do
colectivo francês Cheptel Aleïkoum, pela segunda vez nesta região
do Algarve. Abrindo a quarta temporada do “Lavrar o Mar” -
projecto assente numa programação artística diversificada e de
qualidade, apostada em descentralizar as artes e a cultura,
levando-as ao alto da serra algarvia e à costa vicentina -, “Les
Princesses” tem na vertente circense a sua grande força,
revelando-se em doses generosas de virtuosismo e magia, uma forte
interacção com o público e um irresistível sentido de humor.
É numa estrutura
circular, devidamente desenhada para o efeito, que tudo se passa. No
seu interior, seis artistas irão evidenciar os seus dotes de
trapezistas, contorcionistas, acrobatas, mimos e faquires, mas também
a sua enorme capacidade para o canto, a dança e a performance,
condensando num único espectáculo uma multiplicidade de géneros e
de expressões artísticas que o transformam num caleidoscópio de
emoções e sensações únicas, ora ternurentas, ora arrepiantes,
ora completamente inesperadas, mas sempre contagiantes e divertidas.
Com uma mensagem centrada nos medos da
infância e na maneira de os ultrapassarmos, dando-nos a
necessária confiança para enfrentar um mundo cada vez mais afastado
de um conto de fadas, “Les Princesses” está carregado de
subtilezas, convidando o espectador a reflectir na forma como vê e
aceita as diferenças, qual o seu grau de confiança no outro ou quão
disposto está a tudo arriscar, em nome de princípios e valores.
Simples e descomprometido na aparência, entre “belas adormecidas”
ou “alices no país das maravilhas”, este é um espectáculo
estimulante, que cativa e seduz pela forma como questiona e desmonta
as convenções e os “bons costumes”. Bravo!
[Foto: João Mariano – 1000olhos |
facebook.com/lavraromar/]
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