TEATRO DE MARIONETAS: “Circus”
Direcção, dramaturgia e interpretação | Jordi
Bertran
Produção | Companyia Jordi Bertran
Produção | Companyia Jordi Bertran
4º Festival Internacional de Marionetas de Gondomar
Auditório Municipal de Gondomar
Auditório Municipal de Gondomar
08 Jul 2018 | dom | 18:00
O menino recebeu das mãos do mago a bola imaginária, devolvendo-a de seguida com tanto de certeza como de ilusão que ela foi, à vista de todos, alojar-se direitinha no saco de onde tinha saído. Foi de apontamentos de encantamento e magia como este que se fez “Circus”, espectáculo da responsabilidade da Companyia Jordi Bertran e que encerrou o 4º Encontro Internacional de Marionetas de Gondomar. Reunindo no Auditório Municipal meia plateia de ávidos, interessados e participativos assistentes, o veteraníssimo marionetista catalão desenvolveu todo um espectáculo em torno de um dos grandes génios do século XX, Charlie Chaplin, rendendo homenagem aos artistas e à arte nas suas mais diversas formas, da música ao cinema, da fotografia ao circo.
O menino recebeu das mãos do mago a bola imaginária, devolvendo-a de seguida com tanto de certeza como de ilusão que ela foi, à vista de todos, alojar-se direitinha no saco de onde tinha saído. Foi de apontamentos de encantamento e magia como este que se fez “Circus”, espectáculo da responsabilidade da Companyia Jordi Bertran e que encerrou o 4º Encontro Internacional de Marionetas de Gondomar. Reunindo no Auditório Municipal meia plateia de ávidos, interessados e participativos assistentes, o veteraníssimo marionetista catalão desenvolveu todo um espectáculo em torno de um dos grandes génios do século XX, Charlie Chaplin, rendendo homenagem aos artistas e à arte nas suas mais diversas formas, da música ao cinema, da fotografia ao circo.
Primeiro momento do
espectáculo, “O Sonho de Charlot” levou-nos ao encontro de
“Tempos Modernos” e “Luzes na Cidade”, duas obras primas do
cinema de Chaplin, aqui evocadas pelo episódio dos patins e da
vendedora de flores. Com “Fratello e Titina”, Jordi Bertran
lembrou Chaplin através da música, enquanto dois palhaços
demonstravam os seus sentimentos um pelo outro desafiando a morte num
arriscado número de funambolismo. Colocando um ponto final na peça,
um cantor de heavy-metal exibiu a sua presença excêntrica em palco
ao som duma batida que pôs muita gente na sala a “abanar o
capacete”. Pelo meio, houve ainda “Toti”, Jordi Bertran a fazer
apelo ao palhaço que há em si e a evidenciar, de forma poética e
divertida, a sua enorme capacidade de comunicar com o público,
particularmente com os mais novos.
Tendo como ponto de partida
um conjunto de marionetas de construção perfeita, Jordi Bertran
provou uma vez mais a sua maestria na arte de manipular e interpretar
a técnica de fios, logrando colocar uma nota de emoção em cada
gesto, cada olhar e cada passo destes pequenos bonecos encantados. O
resultado prova-se na adesão do público e essa não podia ser mais
expressiva. Foi com um sorriso que se viu Charlot adormecer num banco
público e descobrir uma flor ao acordar, foi com admiração que se
percebeu quanta magia – ohhhhhhhh! – pode haver num simples
guardanapo, foi com emoção que se recebeu das mãos de Jordi
Bertran a bola mágica para depois a mesma ser energicamente
devolvida, o pobre palhaço sem escapatória perante a infinidade de
bolas que lhe acertaram na cabeça. Sobretudo, foi com um sentimento
de gratidão que se aplaudiu de pé no final, de tão bom que foi
este regresso à infância. Ainda que por um pedacinho de tempo,
apenas!
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