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segunda-feira, 30 de abril de 2018

CONCERTO: "Big Band Estarrejazz convida João Mortágua"



CONCERTO: “Big Band Estarrejazz convida João Mortágua”
Cine-Teatro de Estarreja
29 Abr 2018 | dom | 17:00


Quando se assinala, em 190 países à volta do Mundo, mais um Dia Internacional do Jazz, recuamos doze horas na linha do tempo, ao encontro do concerto da Big Band Estarrejazz e do seu convidado, o saxofonista João Mortágua, que ontem mesmo, num Cine-Teatro de Estarreja despido de público, fez questão de, antecipadamente, marcar a efeméride. Pela segunda vez no seu historial, a Big Band Estarrejazz teve a dirigi-la Carlos Azevedo, um homem que se define acima de tudo como compositor mas que tem sido um importante protagonista do movimento jazzístico português, tanto no campo educativo – associou-se à fundação da Escola de Jazz do Porto nos anos 80 e criou a primeira Licenciatura em Jazz do país, na Escola Superior de Música e das Artes do Espectáculo (ESMAE), em 2001 – como performativo – partilha com Pedro Guedes, desde 1999, a Direcção Musical da Orquestra Jazz de Matosinhos.

Assente na enorme qualidade dos seus executantes que, embora muito jovens, são já uma certeza da cena jazzística nacional - casos do trombonista Rui Bandeira, dos saxofonistas Ricardo Rosas, Tiago Silva, Domingos Henriques, Miguel Valente e Tomás Marques, do pianista José Diogo, do guitarrista Ricardo Alves ou do contrabaixista João Fragoso - a Big Band Estarrejazz ofereceu um concerto de grande nível, interpretando alguns standards de maneira absolutamente genial. De “Just In Time”, do compositor britânico-americano Jule Styne ou “Do Nothing Till You Hear From Me”, do fabuloso Duke Ellington, as duas peças que abriram o concerto, a “Straight, No Chaser”, de Thelonious Monk, com direito a repetição, já no “encore”, o público foi brindado com momentos de grande qualidade e intensidade interpretativa, ao encontro de temas indelevelmente gravados na memória de todos e cujas sonoridades remetem para a sofisticação dum Cotton Club, para as Noites Escaldantes de Gere e Turner, para Nicolas Cage, perdido de bêbado, em Leaving Las Vegas ou para o que se quiser, desde que com o Jazz em pano de fundo.

Ainda antes da presença de João Mortágua em palco, foi possível escutar “Flight Of The Foo Birds”, de Neal Hefti e o já referido “Straight, No Chaser”, para logo de seguida o saxofone alto do convidado-estrela, como foi definido por Carlos Azevedo, começar a debitar magia. “Long Ago (And Far Away)”, de Jerome Kern, voltou a convocar o grande ecrã e Cover Girl, com Rita Hayworth e Gene Kelly. “There Will Never Be Another You”, de Harry Warren, imortalizado na voz de Chet Baker e aquele que foi o grande momento da tarde, com “Skylark”, de Hoagy Carmichael, num arranjo fabuloso de Bob Brookmeyer, completaram um concerto que teve uma revelação – com Carlos Azevedo a assumir-se como “o Mourinho das Big Band” -, uma provocação – com “vivas” reiteradas ao Tondela - e uma explosão (!) ... que não magoou ninguém!

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