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sábado, 4 de outubro de 2025

CERTAME: 12.ª Bienal Internacional de Gravura do Douro 2025



CERTAME: 12.ª Bienal Internacional de Gravura do Douro 2025
Vários Artistas
Alijó, Peso da Régua e Vila Nova de Foz Côa
10 Ago > 31 Out 2025


Nascida em 2001 com a ambição de descentralizar a cultura e promover a arte da gravura, a Bienal de Gravura do Douro regressa em 2025 num formato mais reduzido, porquanto limitado a três Municípios apenas: Alijó, Peso da Régua e Vila Nova de Foz Côa. A aposta numa programação de qualidade, essa mantém-se, com mais de cinquenta países presentes na presente edição da Bienal, e uma plêiade de artistas de renome internacional, ao nível da gravura contemporânea. Alicerçada na mais antiga região vinícola demarcada do mundo, região laureada por dois patrimónios da humanidade atribuídos pela UNESCO e mundialmente reconhecidos quer pela sua paisagem vinhateira, quer pelo património arqueológico do Vale do Côa (o maior santuário de gravura paleolítica do mundo), o Douro é palco, também na contemporaneidade, de um dos maiores eventos de arte gráfica do mundo, reunindo dentro de si, uma força e dimensão que ultrapassa as fronteiras do país e se projecta para horizontes infinitos.

Perseguindo este propósito e ambição alcançada, a Bienal do Douro tem vencido os desafios da interioridade, da crise económica, da crise cultural, da própria crise da gravura e tem sabido manter vivos os pressupostos da arte e a autonomia da gravura no contexto da arte contemporânea. Para tal, muito têm contribuído os tributos da gravura tradicional e as suas alquimias seculares, mas não menos importantes, das renovadas tendências da gravura digital e dos novos media ao seu dispor, no sentido de lhe conferir a autonomia que ela necessita para subsistir. O campo aberto à gravura pelas novas linguagens híbridas e técnicas não tóxicas, têm projectado o seu impacto de uma forma inovadora e com a vitalidade há muito desejada nos seus domínios.

Assumindo a responsabilidade de ser a única Bienal de obra gráfica do país, a sua evolução desde a sua origem em 2001, colocam-na hoje num patamar inimaginável a par das mais importantes Bienais do mundo. A comprovar tal fasquia, salientam-se os artistas homenageados mundialmente reconhecidos como Antoni Tàpies, Paula Rego, Vieira da Silva, Júlio Pomar, José de Guimarães, Júlio Resende, Graça Morais, Cruzeiro Seixas e outros. O núcleo de Vila Nova de Foz Côa, instalado no magnífico Museu do Côa - o único que me foi possível visitar - tem muitos e bons motivos a justificar uma deslocação. Desde logo, pelo diálogo inédito que é possível estabelecer entre gravura rupestre e gravura contemporânea, transformando-a numa coisa única do ponto de vista artístico. Mas também pela qualidade dos trabalhos apresentados, de autores de diversas latitudes, e que não deixam ninguém indiferente. Para ver até ao último dia deste mês.

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