CERTAME: Bienal’ 25 Fotografia do Porto
Direcção geral | Virgílio Ferreira
Co-direcção artística | Jayne Dyer, Virgílio Ferreira
Porto, vários locais
15 Mai > 29 Jun 2025
Porque o futuro se constrói no presente, a Bienal’25 Fotografia do Porto parte do mote “Amanhã Hoje” para propor um programa de pensamento e acção que se inscreve no agora. Nesta quarta edição do certame, cinquenta e um artistas nacionais e estrangeiros procuram imaginar um mundo mais regenerativo e interdependente, convocando práticas artísticas e colaborativas que interrogam o tempo presente e ensaiam futuros possíveis. Com dezasseis exposições e quarenta e oito actividades a decorrer em diversos espaços da cidade, a Bienal afirma-se, assim, como uma plataforma de estudo e experimentação, no cruzamento entre investigação artística, prática curatorial e acção pública. O programa organiza-se em torno de quatro plataformas interligadas — “Conectar”, “Sustentar”, “Vivificar” e “Expandir” — através das quais a Bienal acolhe práticas que atravessam os mais diversos territórios e comunidades, promovendo modos plurais de relação entre imagem, ecologia, tecnologia, afeto e memória. Entre gestos de escuta, dispositivos especulativos e pedagogias situadas, a Bienal’25 constrói um presente atento, consciente e comprometido com o que ainda está por vir.
“Conectar” abre um diálogo e promove parcerias que aproximam ecossistemas artísticos diversos. Inscreve-se nesta plataforma, entre outros, “Luminófilos”, de Claudia Andujar, Pariacaca, Hoda Afshar, Christo Geoghegan e Smith, um projecto através do qual o colectivo se debruça sobre histórias apagadas, gestos de resistência aos legados coloniais e práticas visionárias ou rituais. “Peles de Imagens, Espelhos Luminosos”, de Sofia Borges, propõe uma leitura crítica e poética do tempo, da memória e da representação, materializada em formatos expositivos e performativos. O espaço “Sustentar” propõe uma reflexão sobre a sustentabilidade ecológica e social graças aos trabalhos de Carlos Trancoso, Joana Dionísio, Catarina Braga e Gonçalo C. Silva, em territórios distintos de Portugal como o Porto BioLab, o Geoparque Algarvensis, a Casa de Mateus e a região do Alqueva. O projeto “Vivificar” estabelece ligações entre artistas em residência e comunidades rurais da região do Douro através de processos participativos de criação, convocando temas como as relações entre humanos e natureza, sustentabilidade do território, migração e identidade. Estão neste caso os trabalhos de Lara Jacinto em Sabrosa, de Augusto Brázio em Torre de Moncorvo e de James Newitt em Meda.
“Expandir” apoia o desenvolvimento de projectos e produções expositivas de artistas emergentes cujas práticas entrelaçam estruturas sociais e ecológicas, interrogando as intersecções entre tecnologia, ecologia e resiliência humana. Insere-se neste contexto o projecto “A Extraterritorialidade da Toxicidade”, no qual estudantes do Royal College of Art investigam o impacto da toxicidade artificial em corpos humanos e não humanos, tomando o rio Douro como arquivo fluido de relações pós-naturais. Também nesta plataforma, estudantes do programa de Mestrado em Fotografia Documental da University of South Wales contribuem com a exposição “In Your Head: Obras–Conceitos–Processos”, que adopta uma abordagem lúdica e aberta à fotografia — por vezes introspectiva e íntima, por vezes monumental e expansiva. Em cocriação com um grupo de jovens do bairro da Pasteleira, Paula Preto desenvolveu o projeto “Com as Imagens Bonitas do que Desapareceu”, centrado numa ecologia dos afectos e das emoções, integrado no programa público de mediação da Bienal’25 Fotografia do Porto. Centro Português de Fotografia, Museu Nacional Soares dos Reis, Galeria Municipal do Porto, Galeria da Biodiversidade, Fundação Marques da Silva e Estação de Metro do Porto são alguns dos lugares que acolhem estas exposições. A entrada é gratuita.
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