Páginas

quarta-feira, 1 de janeiro de 2025

O MELHOR DE 2024: LITERATURA PORTUGUESA



10. “Biografia do Esquecimento”,
de Diogo Leite Castro
Ed. Ego Editora, Março de 2024

“ (…) Engenhoso e expedito, “Biografia do Esquecimento” vive de uma escrita inteligente, feita de humor e ironia, a começar pelo próprio título. Mergulhado numa atmosfera insólita e misteriosa, o leitor entrega-se ao livro como se de um saboroso filme de série Z se tratasse. É nítida a visão que tem do açoitar o pedal da motorizada Zundapp para fazê-la arrancar e é vívida a forma como depois acompanha o autor em incursões desprovidas de lógica, o corpo fustigado pela chuva e pelo nevoeiro, a fome mitigada por um pacote de sugus, ao encontro de uma benzedura a culminar uma cena de sexo ou da morte patente no gume de uma faca”. Tudo para ler em https://errosmeusmafortunaamorardente.blogspot.com/2024/06/livro-biografia-do-esquecimento.html
 


9. “Tentação da Prosa”,
de Luís Filipe Castro Mendes
Ed. Editora Exclamação, Maio de 2024

“ (…) “Com todo o entusiasmo da nossa emoção e todo o crivo da nossa razão”, lemos a páginas tantas, nisto residindo o cerne destas crónicas e das ideias que nelas se perfilam. Ao respeito com que cita autores de referência – Eça, Jorge de Sena, Raul Brandão, Eduardo Lourenço, Herberto Hélder, Nuno Júdice, Pessoa, Camões –, acrescenta Luís Filipe Castro Mendes o bem saber contar uma história, numa apurada combinação de inteligência e elegância, subtileza e humor. O que não o impede de se revoltar e de, perdoem-me a expressão, “chamar os bois pelos nomes” (…) ”. Tudo para ler em https://errosmeusmafortunaamorardente.blogspot.com/2024/08/livro-tentacao-da-prosa.html



8. “Toda a Gente Tem um Plano”,
de Bruno Vieira Amaral
Edição | Francisco José Viegas Ed. Quetzal Editores, Novembro de 2024

“ (…) Comprometido com as geografias da margem sul - do pontão de Alcochete às salinas de Alhos Vedros, da praia do Rosarinho ao mercado do Lavradio e às moradias do bairro Alentejano, do bairro Gouveia e das Arroteias -, o autor volta às lugares da infância para compor uma ópera trágica à volta de Calita e da sua inaptidão para segurar a felicidade possível que se apresenta ao alcance das mãos. Numa escrita que cruza as memórias de quem vive e sente um tecido social feito de ricos, remediados e pobres, Bruno Vieira Amaral lança um olhar lúcido sobre a vida na margem (e à margem) da capital, pontuado de humor e de uma fina ironia”. Tudo para ler em https://errosmeusmafortunaamorardente.blogspot.com/2024/12/livro-toda-gente-tem-um-plano.html

 

7. “O Meu Pai Voava”,
de Tânia Ganho
Edição | Carmen Serrano
Ed. Publicações Dom Quixote, Julho de 2024

“ (…) Adeus e encontro, distância e abraço, luto e celebração da vida. “O Meu Pai Voava” é um mergulho no mais fundo do eu, nesse território habitado por emoções desiguais e sentimentos contraditórios, no momento em que tudo se afigura “triste e ermo” com a partida do pai da escritora. “É o meu pai em cada palavra, e a realidade da sua ausência engole-me e revolve-me, sou roupa aos tombos no tambor de uma máquina de lavar”, lê-se nas páginas iniciais, o tom confessional posto em cada frase, a intimidade e cumplicidade com o leitor a revelar-se necessária e urgente”. Tudo para ler em https://errosmeusmafortunaamorardente.blogspot.com/2024/12/livro-o-meu-pai-voava.html
 


6. “Faina”,
de Marta Pais Oliveira
Ed. Gradiva Publicações, Julho de 2024

“ (…) Quem leu “Escavadoras”, o primeiro romance de Marta Pais Oliveira, sabe que a autora não escreve para facilitar a vida aos leitores. É de mares revoltos, de espuma, vento e rugidos medonhos que “Faina” se faz. De agueiros e marés vivas, de ondas que se entrechocam e monstros marinhos que abraçam os incautos e os arrastam consigo para as profundezas. Nele, o anoitecer de uns é mais vivo que a aurora de outros e a vida pior do que uma pedra espancada pelo mar”. Tudo para ler em https://errosmeusmafortunaamorardente.blogspot.com/2024/09/livro-faina.html



5. “Visitar Amigos e Outros Contos”,
de Luísa Costa Gomes
Edição | Cecília Andrade
Ed. Publicações Dom Quixote, Setembro de 2024

“ (…) Objectiva na definição dos personagens e na forma como os distribui pelo espaço em volta, rigorosa nas marcações como se de uma peça de teatro se tratasse, a autora mete verdades e consequências no mesmo saco, levando o leitor ao encontro de si e daqueles que o rodeiam. Do social ao indissociável, os amigos fazem-se presentes no virar de cada página, mostrando-se naquilo que são, delicados e sensíveis uns, oportunistas e sacanas outros. Face a face com cada um deles, somos o que somos e o que não somos, numa sequência de malabarismos e de golpes de rins que nos endurecem e enrugam a couraça e nos tornam mais conscientes de nós, mas também mais impacientes e rabugentos, mais velhos”. Tudo para ler em https://errosmeusmafortunaamorardente.blogspot.com/2024/12/livro-visitar-amigos-e-outros-contos.html



4. “A Vida na Selva”,
de Álvaro Laborinho Lúcio
Edição | Francisco José Viegas
Ed. Quetzal Editores, Fevereiro de 2024

“ (…) Repartido em quatro “tempos” - nascer, voar, lutar, partir -, o livro convoca histórias e reflexões que, sendo do autor, têm um cunho de universalidade que tocam o leitor e o levam a encontrar-se nelas. Estão neste caso as crónicas dedicadas ao tempo pandémico, tempo em que um vírus terrível depositou sobre o mundo “um manto de disfarce”. Tal como o autor, regresso à “correntena” e vejo-me preso a um quarto, “escutando notícias na esperança de notícias”. E, tal como ele, sigo com Camus até Orão à procura de sinais ou guardo na memória esse homem de “cabelo farto, negro e grisalho” chamado Luís, gaivotas no olhar e a certeza de que “só voa quem se atreve a fazê-lo” (…)”. Tudo para ler em https://errosmeusmafortunaamorardente.blogspot.com/2024/03/livro-vida-na-selva.html



3. “Memórias Minhas”,
de Manuel Alegre
Edição | Cecília Andrade
Ed. Publicações Dom Quixote, Março de 2024

“ (…) Embora negando tratar-se de uma autobiografia, Manuel Alegre oferece-nos um livro apaixonante que nos leva ao encontro da nossa história recente, esclarecendo alguns dos seus episódios mais marcantes e enriquecendo-os com a clareza de quem neles teve parte activa. Das lutas académicas à ida para Angola, com passagem pelos Açores, durante a guerra colonial, da militância comunista ao exílio em Paris e Argel, do regresso após o 25 de Abril e das grandes batalhas travadas em nome de um Partido Socialista com uma visão democrática do marxismo e defensor dos princípios do socialismo em liberdade, é a palavra como arma, mesmo quando era proibida, o denominador comum de uma voz que em circunstância alguma se calou”. Tudo para ler em https://errosmeusmafortunaamorardente.blogspot.com/2024/06/livro-memorias-minhas.html



2. “A Desobediente - Biografia de Maria Teresa Horta”,
de Patrícia Reis
Edição | Rui Couceiro
Ed. Contraponto Editores, Março de 2024

“ (…) As dimensões jornalística, feminista, escritora ou política de Maria Teresa Horta vão se abrindo como diques que se rompem. Não sendo excessiva, tudo nesta mulher parece brotar com a força de uma torrente, impressionando pela sua força e coragem. Recusando-se a encaixar na mentalidade vigente, aprendeu a sentir o dobro dos outros, a sofrer o dobro dos outros. Saber-se debaixo dos olhares da PIDE levou-a a escrever “Minha Senhora de Mim”, que viria a ser editado e rapidamente apreendido. “Para aprenderes a não escrever como escreves”, foi abordada na rua por dois homens que a espancaram, mas não lhe serviu de emenda”. Tudo para ler em https://errosmeusmafortunaamorardente.blogspot.com/2024/04/livro-desobediente-biografia-de-maria.html



1. “Taludes Instáveis”,
de José Carlos Barros
Edição | Maria do Rosário Pedreira
Ed. Publicações Dom Quixote, Março de 2024

“ (…) Com este livro, José Carlos Barros traz para primeiro plano a literatura e revela o seu “poder quase obsessivo ”. Da poesia faz prosa e da prosa poesia (mas isso já nós sabíamos de livros como “Um Amigo Para o Inverno” ou “As Pessoas Invisíveis”). Percebemo-lo na ternura com que trata os lugares distantes, por mais hostis que sejam, no respeito com que fala das gentes, mesmo que de cenho fechado. Sorrimos ao ver como extrai um grito de uma pintura, ergue uma espécie de música rumorosa de uma casa em ruínas, converte em revolução o brilho dos cromados dos automóveis, desdobra o tempo de uma fotografia antiga”. Tudo para ler em https://errosmeusmafortunaamorardente.blogspot.com/2024/04/livro-taludes-instaveis.html

Sem comentários:

Enviar um comentário