LUGARES: Centro de Arte Moderna Gulbenkian
Fundação Calouste Gulbenkian
Rua Marquês de Fronteira, Lisboa
Horários | Quarta a segunda, das 10:00 às 18:00 (sábado, das 10:00 às 21:00)
Ingressos | Centro de Arte Moderna (colecção do CAM e exposições temporárias) € 12,00; exposições temporárias CAM € 8,00; all-inclusive (Museu Gulbenkian, CAM e exposições temporárias) € 16,00
Site | https://gulbenkian.pt/
O novo Centro de Arte Moderna Gulbenkian (CAM) foi inaugurado no penúltimo fim de semana de Setembro. Ao longo de dois dias de festa, celebrou-se o encontro e a partilha, numa sinergia perfeita entre a arquitetura, a arte, as pessoas e a natureza. Aberto desde então à comunidade, apresenta uma programação que reflete a pluralidade e diversidade da produção artística contemporânea. O edifício que abriga o CAM foi redesenhado pelo arquiteto japonês Kengo Kuma, que colaborou com o arquiteto paisagista Vladimir Djurovic, para integrar na perfeição arquitectura e natureza. Kengo Kuma reimaginou completamente o anterior edifício do CAM – Centro de Arte Moderna Gulbenkian, da autoria do arquitecto britânico Leslie Martin e inaugurado em 1983. A profunda reconfiguração do CAM teve como ponto de partida um projecto cuja ambição residiu em estabelecer uma maior ligação entre o edifício e a área alargada do Jardim Gulbenkian, pretendendo dissolver a fronteira entre estes dois espaços e propondo uma integração holística de todos os elementos da paisagem.
Kuma inspirou-se na tipologia Engawa, um caminho protegido pelo beiral do telhado, que não é totalmente interior ou exterior e que pode ser encontrado com frequência nas casas tradicionais japonesas. A grande pala coberta de azulejos brancos de linhas suaves e orgânicas, que agora marca a fachada do novo edifício, transforma a sua entrada principal numa zona de passagem entre o CAM e o jardim, pensada para a socialização de quem o visita. Um espaço que pode ser simultaneamente de protecção e descontração, de acolhimento e de liberdade. O conceito Engawa está também reflectido em várias características do edifício, desde a concepção de novos espaços expositivos à abertura de variados pontos de acesso. A transparência dos volumes e a forma como a luz natural incide no seu interior pretendem sublinhar a ideia do CAM como um centro de arte aberto e acessível, onde todas as pessoas são encorajadas a fazer deste o seu espaço.
Em colaboração com o arquitecto paisagista Vladimir Djurovic, foi reforçada a relação entre a natureza envolvente e o edifício, que está agora mais imerso na paisagem. A proposta de Vladimir Djurovic para o Jardim Sul desenvolve a visão dos arquitetos portugueses Gonçalo Ribeiro Telles e António Viana Barreto para o jardim preexistente, utilizando espécies da vegetação autóctone. Foram esbatidas as zonas de transição entre o CAM e a área mais densa e arborizada do jardim, imprimindo ao conjunto uma maior unidade e harmonia. Com a extensão do Jardim e a sua abertura a sul à cidade, o edifício do CAM passa a ser a principal porta de entrada na Gulbenkian, possibilitando a quem visita a instituição o contacto com uma oferta mais experimental e inovadora. O projecto proporciona também uma relação mais próxima entre o CAM e os restantes edifícios da Fundação Calouste Gulbenkian, bem como uma maior conexão com as zonas urbanas circundantes e com as comunidades que aí trabalham ou residem.
O projecto de arquitectura paisagista para a nova área do Jardim Gulbenkian funda-se na linguagem do jardim existente, expressão da paisagem portuguesa e de uma cultura ecológica e poética, adoptando este carácter tão marcante como inspiração para a nova expansão. O projecto propõe a criação de uma “mata urbana”, definindo uma nova frente paisagística da Fundação Calouste Gulbenkian, a sul. Uma paisagem resiliente, com um elevado índice de biodiversidade, proporcionando um ambiente onde as pessoas se sintam próximas da natureza e criando habitats para a vida selvagem, estabelecendo com o jardim original uma transição subtil, muito natural. O desenho do espaço é de base naturalista, integrando a vegetação existente e adicionando plantações de vegetação autóctone, incorporando caminhos sinuosos que atravessam esta “mata urbana”, conduzindo quem o visita ao CAM – Centro de Arte Moderna Gulbenkian e, para lá deste, ao jardim existente.
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