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quarta-feira, 21 de junho de 2023

CERTAME: Bienal' 23 Fotografia do Porto


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CERTAME: Bienal’23 Fotografia do Porto
Coordenação Geral | Virgílio Ferreira
Co-Direção Artística | Jayne Dyer, Virgílio Ferreira
Curadores | Betty Ketchedjian, Georgia Quintas, Giorgi Spanderashvili, Inês Azevedo, Jayne Dyer, Joana Mateus, José Maia, Luís Urbano, Magda Guruli, Mónica de Miranda, Pablo Berástegui, Roger Mokbel, Susana Lourenço Marques, Tarek Haddad, Virgílio Ferreira
Artistas | Adela Pérez, Alexandre Delmar, Alice Martins, Andrezza Vieira, André Tribbensee, Athi-Patra Ruga, Ana Rita Silva, Betty Ketchedjian, Buhlebezwe Siwani, Chan-yang Kim, Carolina Tardim, Catarina Braga, Detu Jincharadze, Dominique Arieu, Dori Nigro, Duarte Belo, Eliana Otta, Elsie Haddad, Emma Pigott, Faisal Abdu’Allah, Fábio Cunha, Gareth Davies, Gonçalo C. Silva, Hasan Daraghmeh, Helena Uambembe, Hyeseon Jeong, Ieva Saudargaite Douaihi, Ine Harrang, Inês d’Orey, Jack Wrigley, Jorge Graça, José Miguel Pires, João Pedro Fonseca, Joana Dionísio, Kudzanai Chiurai, Laura Menassa, Lígia Poplawska, Manu Ferneini, Marcelo Moscheta, Maria Lusitano, Mariam Natroshvili, Matilde Viegas, Mohamed Hassan, Myriam Boulos, Mónica de Miranda, Maria Leonardo Cabrita, Marta Pinto Machado, Mário Santos, Maria Dogoda, Nuno Ferreira, Omar Gabriel, Patrícia Geraldes, Paulo Gorra, Paulo Pinto, Paulo Malafaya, Raquel Schefer, Rima Maroun, Rita de Almeida Leite, Roger Mokbel, Sandim Mendes, Seongmin Yuk, Sethembile Msezane, Silvia Rossi, Tarek Haddad, Teresa Besa, Trond Lossius, Tudor Etchells, Ursula Biemann, Uwa Iduozee, Violeta Moura, Walid Nehme, Xaviera Simmons, Yasmine Moradalizadeh, Zineb Sedira
Vários locais
18 Mai > 02 Jul 2023


O tema da Bienal'23 Atos de Empatia afirma a nossa capacidade coletiva e individual para sentir, colaborar e impulsionar mudanças por meio de actos artísticos que promovem relações saudáveis entre indivíduos e grupos. A presente edição da Bienal de Fotografia do Porto propõe um modelo intervencionista de casos de estudo enquadrados nos núcleos “Sustentar”, “Vivificar”, “Expandir” e Conectar”, que cruzam perspetivas globais e locais. Enquanto o “Sustentar Lab” explora temas de sustentabilidade urbana e regional, o “Vivificar”, por meio das residências artísticas com comunidades, questiona e desafia uma das questões mais prementes em territórios de baixa densidade: a fixação de populações. Uma vez que estes dois núcleos pedem soluções e ações concretas, “Expandir” oferece uma dimensão especulativa e experimental apresentando iniciativas académicas e profissionais de cariz socio-ecológico para artistas emergentes. Já o “Conectar” impulsiona diferentes ecossistemas culturais e artísticos através do intercâmbio nacional e internacional de projetos expositivos, ideias, e práticas transdisciplinares.

Através da capacidade empoderadora e poética da fotografia e da imagem em movimento, a premissa curatorial vai no sentido de apoiar artistas e curadores que desenvolvem esforços como ativistas culturais, questionando as actuais hierarquias assimétricas de populismo e divisão e abraçando o desafio de expor a apatia da não-acção, da desconexão e da destruição dos ecossistemas. Nesse sentido, a Bienal’23 desafia a pensar como poderemos navegar no nosso mundo interligado, negociando o acesso a recursos sociais, ecológicos e económicos num planeta caracterizado por guerras e emergências sanitárias. Como poderemos, conscientemente, fazer parte de um organismo coletivo global e assumir a responsabilidade de catalisar uma mudança regenerativa? Poderemos experimentar as dores e alegrias de seres humanos e não humanos como se fossem as nossas? Com 123 “visit.ações” que inspiram os públicos a participar em Actos de Empatia artística, a Bienal'23 transforma 14 locais no Porto em espaços dinâmicos e criativos, propondo uma seleção de projectos experimentais e especulativos sustentados pela participação consciente de artistas em iniciativas comunitárias e ambientais para estimular actos reparadores e empatia para o futuros.

Entre o que de mais impactante podemos encontrar nesta edição da Bienal’23, para além das exposições anteriormente destacadas aqui no blogue, tempo para falar de outros projectos que, pela sua qualidade artística e mensagem intrínseca, merecem uma palavra. Começaria por “Deep Blue”, mostra colectiva patente no Palacete dos Viscondes de Balsemão, que explora questões de identidade, memória e ecologia mediante a evocação de simbolismos políticos e reflexões espirituais, explorando questões em torno de sistemas de conhecimento e espiritualidade não-ocidental. “Ecologias Especulativas” é outra mostra colectiva que propõe uma mudança no paradigma do poder, assumindo a responsabilidade ética e coletiva de enfrentar as urgências ecológicas e as condições de sobrevivência da vida na terra. Ocupando um espaço privilegiado no Centro Português de Fotografia, as imagens afirmam-se enquanto provocação para desafiar os nossos preconceitos e medos sobre a forma como vivemos, apelando à re-visualização e regeneração do nosso mundo futuro.

Com curadoria de Susana Lourenço Marques, “Eternal Youth” pode ser vista na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto e apresenta retratos de autoria colectiva, realizados desde 2005 nas aulas de fotografia da própria curadora. A exposição no seu todo revela um olhar sobre esta comunidade, formando um extenso álbum de família, que nos faz entrar no imaginário fotográfico daqueles cuja juventude persiste através da imagem. Na galeria Salut au Monde! pode ser vista “Fading Senses, Sensitive Territories”, de Ligia Poplawska, na qual a artista conecta problemas crescentes que afetam as sociedades, nomeadamente a eco-ansiedade e o luto climático, com a extinção de inúmeras espécies e os efeitos devastadores causados pelas mudanças climáticas. Alice Martins e Teresa Bessa mostram-nos “Imagem em Devir”, patente no Mira Forum, através do qual as artistas partem da premissa de um corpo em contínua mudança para realçar a performatividade e transdisciplinaridade na fotografia e nas artes plásticas. Uma última paragem leva-nos até à Fundação Marques da Silva, ao encontro de “Green Roofs Grey Roofs”, de Inês d’Orey, reflectindo sobre temas como sustentabilidade, ecologia e cultura na construção e renovação da cidade.

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