CERTAME: 5ª. Bienal Internacional de Arte Gaia
Vários Artistas
Quinta da Fiação de Lever
08 Abr > 08 Jul 2023
Depois de uma edição vergada ao peso da pandemia, a Bienal Internacional de Arte Gaia regressou “sem medo nem amarras” para a sua quinta edição. Uma edição marcada, uma vez mais, pela enorme qualidade e variedade das múltiplas abordagens artísticas, reunindo mais de três centenas de artistas de vários países. Ocupando uma área aproximada de 6.000 metros quadrados, o certame honra o lema “bienal de causas” ao lançar para o centro da discussão temas como os 50 anos da revolução dos cravos, a guerra que se trava na Ucrânia e noutras partes do globo ou a saúde mental. No total de duas dezenas de exposições que integram esta edição da Bienal, mais de metade são individuais assinadas por artistas consagrados como Isabel Cabral e Rodrigo Cabral, Nazaré Álvares, Rui da Graça, Sérgio Jacques, Luís Silveirinha, Onofre Varela, Avelino Rocha, Bruno Marques, Cristina Ataíde, Eurico Gonçalves e Mário Américo. Carlos Carreiro e João Jacinto são os artistas homenageados numa edição que volta a ter como pólos do maior interesse o Concurso Internacional e a mostra dedicada aos artistas convidados.
No Pavilhão A, a atenção do visitante é absorvida de imediato pela exposição coletiva do Projecto Manoueuvre, um movimento artístico que se centra em África e que conta uma parte significativa da história dos seus percursos artísticos contemporâneos. Com curadoria de Jorge Salgueiro, a exposição reúne obras dos moçambicanos Malangatana, Alberto Chissano, Kheto Lualuali, Lulu Maparangue, Simbraz, Reinata Sadimba, Gonçalo Mabunda, Samuel Muankongue, Mapfara, Nino Trindade e Butcheca, dos angolanos Nelo Teixeira, Lino Damião e Xesco e do cabo-verdiano Manuel Figueira. Entre a pintura, a escultura e o desenho, a mostra abre-se em diversidade e identidade, resultando num momento fortíssimo da Bienal. Outro momento igualmente forte é a homenagem que a Bienal presta ao 25 de Abril através de uma exposição patente no Pavilhão B, designada “Revolução: 50 anos 50 artistas” e com curadoria de Ilda Figueiredo. De Celeste Ferreira a Rosa Bela Cruz, de Adias Machado a Cabral Pinto, de Isabel Lhano a Ana Maria Pintora, são muitos e bons os trabalhos expostos, deixando ao visitante mensagens de enorme significado e alcance.
Já no Pavilhão C, a mostra dedicada aos artistas convidados acaba por atrair o grosso das atenções. É nela que encontramos Nadir Afonso entre Felícia e Dalila d’Alte, numa improvável combinação que exalta a democraticidade da Bienal. A curadoria é de Agostinho Santos e nela são apresentadas obras de Albuquerque Mendes, Paulo Neves, Ricardo de Campos, Elizabeth Leite, Jorge Braga, André Gigante, Violante Saramago Matos, Filipe Braga, Mário Rocha ou Lauren Maganete, entre outros. Ainda neste Pavilhão há para ver, entre outras, uma curiosa exposição que reúne desenhos de Rui da Graça, Nazaré Álvares e Luís Silveirinha. No Espaço Viarco, pode o visitante exercitar a aptidão para o desenho e deixar a sua marca na Bienal. Regressando ao Pavilhão B, uma nota muito especial para os “Desenhos da Prisão”, de Álvaro Cunhal e para o projeto Manicómio, “pioneiro na promoção de trabalhos de artistas com experiência de doença mental”, que inclui obras de Claúdia R. Sampaio, Joana Ramalho e Micaela Fikoff. Voltando ao Pavilhão A, a não perder a selecção de 38 trabalhos resultantes do Concurso Internacional, onde é possível apreciar obras, entre outros, de João Pedro Coutinho, Luís Freitas, Egídio Santos, Mariana Duarte Santos, Daniela Neto e Odete Pinheiro.
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