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quinta-feira, 1 de outubro de 2020

CERTAME: iNstantes | Festival Internacional de Fotografia de Avintes 2020


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CERTAME: iNstantes – Festival Internacional de Fotografia de Avintes 2020
Vários locais
04 Set > 30 Set 2020


Avintes, Castelo de Paiva, Grijó, Lourosa e Vilar de Andorinho acolheram, de 04 a 30 de Setembro, a sétima edição do iNstantes – Festival Internacional de Fotografia de Avintes. Organizado pela Junta de Freguesia de Avintes e dirigido, com enorme paixão, pelo fotógrafo Pereira Lopes, o certame reuniu artistas do Brasil, Cabo Verde, Colômbia, Espanha, Finlândia, Holanda, Itália, Japão, Moçambique e Portugal, distribuindo-se por dezena e meia de lugares distintos, convertidos em locais de peregrinação por todos quantos, ao longo de quatro semanas, fizeram questão de marcar presença neste importante evento do calendário de festivais de fotografia em Portugal. E que, apesar dos constrangimentos impostos pela crise pandémica do novo coronavírus, foram em número muito apreciável, não apenas rendendo visita às 26 exposições montadas no terreno, mas participando, igualmente, nos vários workshops propostos, na apresentação e discussão de livros, em projeções e em visitas orientadas.

Quartel-General do iNstantes 2020, a Casa da Cultura Francisco Marques Rodrigues Junior, em Avintes, foi palco de oito exposições, oito propostas bastante diferentes entre si e onde se percebeu o cuidado curatorial em reunir, num mesmo espaço, qualidade e diversidade. Das “Paisagens Impossíveis”, de Ana Carvalho, e da emoção que senti perante um trabalho artisticamente intocável, já aqui falei no blogue. Importa também falar de “A Jaula”, de António Campos Leal, conjunto de imagens que representam a “recolha da passagem do tempo” através da sua reunião no interior de uma estrutura fechada, escura, claustrofóbica e que funciona como uma bela metáfora do confinamento que nos vem sendo imposto. No átrio de entrada do edifício, Carlos Lopes Franco e Luís Câmara ofereceram-nos a sua visão sobre a antiga Pérsia, em “Irão, As Faces de Um País Mal Amado”, colocando em evidência as transformações sociais que o país enfrenta e os contrastes daí resultantes. Antes de partir em busca de novos espaços, importa destacar “Somnium”, do brasileiro Guilherme Dimatos, uma exposição que busca, segundo o autor, “a abstracção do erótico, a quebra de tabus das formas do corpo” e de onde foi possível retirar imagens de enorme beleza.

Ainda em Avintes, mas no edifício da Junta de Freguesia, o encontro com a comunidade açoriana residente no Brasil surgiu de forma inesperada através do olhar de Milton Ostetto, Tadeu Vilani e Orlando Gonçalves, em “Tás co’ Olho!?”, outro dos grandes momentos deste iNstantes e sobre o qual também já me pronunciei aqui no blogue. As mostras com elevado selo de qualidade estenderam-se, ainda, às imagens aéreas de Francisco Piqueiro em “detalhAR”, patente na Fundação Joaquim Oliveira Lopes, aos “Trilhos de Alma, Sulcos de Luz”, um olhar poético de Cristina Henriques apresentado na Casa da Cultura de Lourosa, à “Colectiva Portugal | Finlândia”, com trabalhos de 25 artistas, entre os quais José Manuel Arsénio, Luís Carvalhido, Manuela Vaz, Adelino Marques e Alice WR, ou a “11 Milhas”, trabalho fotojornalístico de grande significado e alcance que ocupou o espaço da Associação Cultural e Musical de Avintes, através do qual o galego Quico Garcia reflecte o drama dos refugiados que se lançam ao mar para um percurso desesperado de onze milhas a separar a Turquia das costas gregas. A última palavra vai para “Povo Suri”, a exposição de José Beut que se apresentou no Espaço Mais Grijó e que resume seis dias de permanência em território dos Surma, no coração da Etiópia, testemunhando, num preto e branco austero, os profundos olhares das pessoas e as suas originais pinturas corporais.

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