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domingo, 26 de abril de 2020

EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA: "A Idade da Inocência - Memórias a Preto e Branco"



EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA: “A Idade da Inocência – Memórias a Preto e Branco”, 
de Alfredo Cunha 
Mira Forum 
https://youtu.be/aUxhPz5Ozo0 


É num dos mais importantes espaços culturais da cidade do Porto que podemos ver, por estes dias, “A Idade da Inocência – Memórias a Preto e Branco”, do fotógrafo Alfredo Cunha. Talvez não exactamente no número 155 da Rua de Miraflor, esse fantástico armazém que é, reconhecidamente, o maior e mais icónico centro cultural da zona oriental da cidade. Antes, na sua plataforma online – em https://youtu.be/aUxhPz5Ozo0 -, onde nos é proposta uma visita virtual a um conjunto de 21 imagens, das quais 19 inéditas, do icónico “fotógrafo da Revolução”. 

São cada vez mais aqueles que não viveram o 25 de Abril e para quem as imagens que retêm desse momento incontornável da nossa História são as fotografias de Alfredo Cunha. Fotógrafo em início de carreira, estava há quase meio século atrás em Lisboa, tinha na altura 20 anos e trazia com ele uma máquina fotográfica analógica, com filmes 35mm a preto e branco. Nesses dias de vertigem, morou na rua, acompanhou os militares apeados ou em tanques, espreitou vielas, casas e garagens, acompanhou o espanto das pessoas que, progressivamente, iam ocupando os espaços públicos. De tudo isso foi dando conta em imagens duma enorme beleza, sublinhando, na ingenuidade boa e promissora do olhar dos militares, os sonhos e anseios de todo um povo. 

Através do olhar de Alfredo Cunha voltamos a recordar “o dia inicial inteiro e limpo”. Nas armas caladas como nos cravos que se oferecem, no olhar expectante do povo como nos rostos serenos dos soldados, há uma brandura que liberta e comove. Libertação, por vivermos, através da memória, essa abertura a um novo tempo, repleto de sonhos e ideais; e comoção, por sabermos ser esta “a idade da inocência”, o nome desta exposição tão adequadamente sugerido por Teresa Pinto de Almeida. Mesmo confinados, os passos tolhidos, a liberdade em suspenso, podemos ver em cada imagem um grito de esperança num futuro melhor. Que todos os dias sejam 25 de Abril!

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