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quarta-feira, 11 de março de 2020

LUGARES: Museu da Marioneta


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LUGARES: Museu da Marioneta 
Convento das Bernardas, Lisboa 
Horário | de terça-feira a domingo, das 10h00 às 18h00 
Preçário | Geral 5,00 €; 13-25 anos (não residentes em Lisboa) 2,50 € 
Site | https://www.museudamarioneta.pt


O Museu da Marioneta é o primeiro museu nacional inteiramente dedicado ao universo da marioneta, à sua história e interpretação e à divulgação do teatro de marionetas. As suas colecções são constituídas por distintas tipologias de máscaras e marionetas, oriundas das mais diversas partes do mundo e ilustrativas das suas funções sociais e culturais, bem como das variadas formas de manipulação: marionetas de luva, marionetas de varas e de fios, teatro de sombras, máscaras, marionetas de água e outras. Ao passar a cortina e entrar na primeira galeria onde estão expostas marionetas e máscaras oriundas da Ásia, o visitante é projectado para uma casa de histórias. Olhar cada um destes objectos é mergulhar nos enredos que têm para nos quer contar, nos significados e naquilo que representam, no impulso da nossa imaginação em querer dar-lhes vida. Ao longo das várias salas, a história repete-se e as emoções também.

Do Brasil ao Mali, do México ao Vietname, sem esquecer o nosso país, o visitante é convidado a viajar entre a tradição e a contemporaneidade desta forma de expressão artística cujas origens remontam à antiga Grécia, quando pequenas estatuetas articuladas – “neropastos”, em grego – eram utilizadas nas cerimónias religiosas. É fácil perceber a componente cultural e geográfica duma máscara japonesa, por exemplo, mas já não é tão fácil, perante uma marioneta do Mali, descobrir onde acaba o teatro de marionetas e começa um estudo antropológico. E há depois as marionetas europeias, mais próximas do nosso imaginário, nas quais se incluem, naturalmente, os bonecos D. Roberto, um tipo de teatro que esteve quase extinto há cerca de duas décadas e que, nos últimos anos, se revitalizou graças ao trabalho de algumas companhias portuguesas.

Veja-se, por exemplo, logo no início da visita, a “Anantareja” ou “Antareja”, em pele de búfalo, osso e fio de algodão, proveniente da Indonésia e parte integrante da colecção dedicada ao teatro de sombras. E que dizer de um “Rinaldo”, figura típica do imaginário italiano, em ferro e madeira e com mais de um metro de altura. Ou do “Deus Antílope”, manipulado por vara por baixo, em madeira e proveniente do Mali. Ou ainda do Dr. Fausto alemão, do Polichinelo francês, do Woltje belga, do Karagöz turco ou do Punch e da Judy britânicos, isto falando apenas do teatro de marionetas com raízes na Europa. Bem, o melhor é programar uma visita, mas tome nota que vai precisar de tempo e a sua atenção será constantemente posta à prova. São muitas as marionetas e máscaras de enorme perfeição no detalhe, que nos surpreendem pela sua criatividade e beleza.

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