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CINEMA: Ovar Shortcutz 2019 | Festa dos Premiados
Escola de Artes e Ofícios
06 Mar 2020 | sex | 22:00
Numa das mais amplas programações de cinema curto português produzido em 2019, a terceira temporada do Shortcutz Ovar decorreu, como habitualmente, no Museu Júlio Dinis – Uma Casa Ovarense, oferecendo a possibilidade de visualizar, ao longo de nove sessões, três dezenas de obras que, no seu conjunto, evidenciaram na perfeição o carácter, a diversidade e a vitalidade de um formato muito injustamente secundarizado no campo da sétima arte. Dinamizadas por Tiago Alves, as sessões tiveram lugar entre o final de Janeiro e o final de Novembro do ano passado, nelas sendo o público convidado a assistir a alguns dos mais notáveis exemplares do cinema de imagem animada, do cinema documental e do cinema de ficção em formato curto, de conviver com realizadores, produtores, actores e demais agentes ligados ao mundo do cinema e por fim, mas não menos importante, de deixar o seu voto em relação às obras visualizadas.
Na hora de colocar um ponto final na temporada de 2019, o lindíssimo espaço da Escola de Artes e Ofícios de Ovar engalanou-se para a Festa dos Premiados, enchendo-se de um público entusiasta e desejoso de conhecer os trabalhos eleitos. A escolha dos jurados – a actriz Carla Chambel, o realizador Luís Costa e a artista Barbara Andrez – terá sido tudo menos fácil, como foi transparecendo das palavras de Carla Chambel que, ao longo da noite, partilhou o trabalho de apresentação com Tiago Alves. Quem permite que o Shortcutz Ovar exista não foi esquecido e Salvador Malheiro, o presidente da edilidade ovarense, foi convidado a deixar algumas palavras ao público, através das quais reafirmou a importância do evento para Ovar e para a região, abrindo o interesse do Município “a novos desafios, a projectos diferentes, onde todos possamos ganhar, sejam os criadores, seja a comunidade vareira e, indirectamente, a Câmara Municipal de Ovar”. Passando a bola para o lado de lá, Salvador Malheiro deixou o convite a produtores e realizadores a que “apresentem projectos diferentes, que possam afirmar a nossa identidade, que sejam bons para ambas as partes, e a Câmara cá estará para os apoiar”, concluiu.
Chegado o momento mais aguardado, pelo palco foram desfilando os premiados da noite, trazendo com eles palavras gratas e emocionadas pelo reconhecimento dado aos seus trabalhos. David Doutel e Vasco Sá conquistaram o Prémio de Melhor Animação com o filme “Agouro” – pequena jóia baseada na animação tradicional sobre vidro e animação numérica em 2D – e que nos conta a tragédia que se abate sobre dois primos, no culminar de uma relação tempestuosa. O Prémio para a Melhor Primeira Obra foi para o surpreendente “Red Hill”, de Laura Carreira, uma obra de ficção que nos traz os pequenos gestos diários de um homem cuja idade da reforma se revela próxima e não parece particularmente preparado para aceitar uma nova vida. O Prémio Especial do Júri foi atribuído a André Guiomar com o belíssimo documentário “Pele de Luz”, rodado no coração de Maputo, em Moçambique, ao encontro de duas irmãs que se debatem com a diferença marcante de serem albinas e, por isso mesmo, perseguidas devida à crença na magia negra.
Chamado a escolher o melhor dos 29 trabalhos a concurso, o Público do Festival elegeu “Sleepwalk”, do realizador Filipe Melo, mostrando o seu particular apreço por esta história que nos diz que uma tarte de maçã pode esconder muito mais do que aquilo que apenas aparenta. Os ambientes são os de uma América profunda, com os seus estereótipos e segredos bem guardados, a sua aura de mistério, os quais o realizador acentua graças à excelência do argumento, a uma fotografia esmerada, ao rigor dos décors e a um conjunto de interpretações notáveis. Por último, o Prémio Melhor Curta foi para Alice Eça Guimarães e Mónica Santos pelo seu trabalho “Entre Sombras” e que nos leva numa aventura em busca de um coração roubado. Uma estética surrealista, um excelente trabalho de combinação entre a animação e a imagem real, os lugares reconhecíveis da cidade do Porto e uma história muito bem engendrada que é, em si mesma, uma homenagem ao “film noir”, foram trunfos decisivos para a escolha de um júri que mais não fez do que render-se à imaginação e ao talento das duas realizadoras. Grande festa, grande noite, o Shortcutz Ovar 2019 acabou em beleza com a DJ Lara Soft a prolongar a animação e o convívio. É tempo agora de dar vivas ao Shortcutz Ovar 2020!
Escola de Artes e Ofícios
06 Mar 2020 | sex | 22:00
Numa das mais amplas programações de cinema curto português produzido em 2019, a terceira temporada do Shortcutz Ovar decorreu, como habitualmente, no Museu Júlio Dinis – Uma Casa Ovarense, oferecendo a possibilidade de visualizar, ao longo de nove sessões, três dezenas de obras que, no seu conjunto, evidenciaram na perfeição o carácter, a diversidade e a vitalidade de um formato muito injustamente secundarizado no campo da sétima arte. Dinamizadas por Tiago Alves, as sessões tiveram lugar entre o final de Janeiro e o final de Novembro do ano passado, nelas sendo o público convidado a assistir a alguns dos mais notáveis exemplares do cinema de imagem animada, do cinema documental e do cinema de ficção em formato curto, de conviver com realizadores, produtores, actores e demais agentes ligados ao mundo do cinema e por fim, mas não menos importante, de deixar o seu voto em relação às obras visualizadas.
Na hora de colocar um ponto final na temporada de 2019, o lindíssimo espaço da Escola de Artes e Ofícios de Ovar engalanou-se para a Festa dos Premiados, enchendo-se de um público entusiasta e desejoso de conhecer os trabalhos eleitos. A escolha dos jurados – a actriz Carla Chambel, o realizador Luís Costa e a artista Barbara Andrez – terá sido tudo menos fácil, como foi transparecendo das palavras de Carla Chambel que, ao longo da noite, partilhou o trabalho de apresentação com Tiago Alves. Quem permite que o Shortcutz Ovar exista não foi esquecido e Salvador Malheiro, o presidente da edilidade ovarense, foi convidado a deixar algumas palavras ao público, através das quais reafirmou a importância do evento para Ovar e para a região, abrindo o interesse do Município “a novos desafios, a projectos diferentes, onde todos possamos ganhar, sejam os criadores, seja a comunidade vareira e, indirectamente, a Câmara Municipal de Ovar”. Passando a bola para o lado de lá, Salvador Malheiro deixou o convite a produtores e realizadores a que “apresentem projectos diferentes, que possam afirmar a nossa identidade, que sejam bons para ambas as partes, e a Câmara cá estará para os apoiar”, concluiu.
Chegado o momento mais aguardado, pelo palco foram desfilando os premiados da noite, trazendo com eles palavras gratas e emocionadas pelo reconhecimento dado aos seus trabalhos. David Doutel e Vasco Sá conquistaram o Prémio de Melhor Animação com o filme “Agouro” – pequena jóia baseada na animação tradicional sobre vidro e animação numérica em 2D – e que nos conta a tragédia que se abate sobre dois primos, no culminar de uma relação tempestuosa. O Prémio para a Melhor Primeira Obra foi para o surpreendente “Red Hill”, de Laura Carreira, uma obra de ficção que nos traz os pequenos gestos diários de um homem cuja idade da reforma se revela próxima e não parece particularmente preparado para aceitar uma nova vida. O Prémio Especial do Júri foi atribuído a André Guiomar com o belíssimo documentário “Pele de Luz”, rodado no coração de Maputo, em Moçambique, ao encontro de duas irmãs que se debatem com a diferença marcante de serem albinas e, por isso mesmo, perseguidas devida à crença na magia negra.
Chamado a escolher o melhor dos 29 trabalhos a concurso, o Público do Festival elegeu “Sleepwalk”, do realizador Filipe Melo, mostrando o seu particular apreço por esta história que nos diz que uma tarte de maçã pode esconder muito mais do que aquilo que apenas aparenta. Os ambientes são os de uma América profunda, com os seus estereótipos e segredos bem guardados, a sua aura de mistério, os quais o realizador acentua graças à excelência do argumento, a uma fotografia esmerada, ao rigor dos décors e a um conjunto de interpretações notáveis. Por último, o Prémio Melhor Curta foi para Alice Eça Guimarães e Mónica Santos pelo seu trabalho “Entre Sombras” e que nos leva numa aventura em busca de um coração roubado. Uma estética surrealista, um excelente trabalho de combinação entre a animação e a imagem real, os lugares reconhecíveis da cidade do Porto e uma história muito bem engendrada que é, em si mesma, uma homenagem ao “film noir”, foram trunfos decisivos para a escolha de um júri que mais não fez do que render-se à imaginação e ao talento das duas realizadoras. Grande festa, grande noite, o Shortcutz Ovar 2019 acabou em beleza com a DJ Lara Soft a prolongar a animação e o convívio. É tempo agora de dar vivas ao Shortcutz Ovar 2020!
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