[Clicar na imagem para ver mais fotos]
EXPOSIÇÃO: Olafur Eliasson | “O
Vosso / Nosso Futuro É Agora”
Museu e Parque de Serralves
31
Jul 2019 > 08 Mar 2020 (Museu) e 14 Jun 2020 (Parque)
Autor de uma vasta obra centrada nas
mútuas relações entre a humanidade, a natureza, a arte, a ciência,
a arquitectura e a sociedade, o artista dinamarquês-islandês Olafur
Eliasson (Copenhaga, 1967) é conhecido pelas suas esculturas e
instalações de grande escala. A sua prática artística estimula
uma percepção viva do espaço entre o natural e o artificial e
aborda questões e ideias fulcrais para a sociedade e a cultura
contemporâneas, como o urbanismo, o desenvolvimento sustentável, as
alterações climáticas e novas formas de produção de energia.
Todas as obras apresentadas na exposição “O Vosso / Nosso Futuro
É Agora” partem de fenómenos naturais para simultaneamente apelar
aos nossos sentidos e suscitar temas filosóficos, estéticos, éticos
e sociais que enquadram e informam a incessante reflexão do artista
em torno dos diferentes modos de a arte influenciar e melhorar o
futuro da humanidade.
Esta exposição em Serralves dá a ver
uma selecção de obras produzidas nos últimos anos, que aqui
dialogam com o parque envolvente do Museu e o átrio e a galeria
central do edifício desenhado por Álvaro Siza. No átrio central do
Museu, os visitantes são convidados a percorrer o caminho definido
pela “Yellow Forest”, uma floresta artificial formada por dois
grupos de bétulas que, sob uma luz amarela, evocam a ideia da
floresta como um espaço onírico, um lugar de ligação entre os
seres humanos e a Terra. A relação do ser humano com o meio
envolvente é também o tema da obra “The Listening Dimension
(Orbit 1, Orbit 2, Orbit 3), apresentada na galeria central do Museu.
Ao entrar neste espaço, o espectador depara-se com espelhos do
tamanho das paredes e anéis de grandes dimensões que parecem
flutuar no espaço. Aparentando desafiar as leis da física e da
óptica, eles produzem um efeito desestabilizador e inquietante,
levando o público a questionar a sua percepção linear do espaço, a
linha de fronteira entre a realidade e a representação, a relação
entre o conhecimento e a experiência do visível.
Já no exterior, na rotunda da Avenida
dos Liquidâmbares, “The Curious Vortex” assume-se como a mais
espectacular entre as onze peças que compõem esta exposição.
Associado às pesquisas de Olafur Eliasson em torno da geometria, da
construção de espaços, da criação de ambientes e da sua reflexão
sobre questões sociais e culturais, este pavilhão de grandes
dimensões em aço inoxidável inspira-se nos movimentos giratórios
do redemoinho, fenómeno natural criado por uma massa rodopiante de
vento e água. O artista relaciona este fenómeno com a actividade das
instituições museológicas na sociedade contemporânea: tal como os
campos de força do vórtice se desenvolvem em redor de um centro de
rotação, também os museus têm a capacidade de canalizar
pensamentos, ideias, sentimentos, afectos.
Na Clareira dos Teixos, são
apresentadas as três esculturas “Human Time Is Movement (Winter,
Spring and Summer). As formas criadas por estas três espirais de aço
inoxidável pretas e brancas, criadas a partir de um modelo
matemático, desenvolvem-se no espaço como se de três desenhos se
tratasse. Variações sobre uma curva Clelia — uma linha traçada
pela rota de um ponto à medida que se move em simultâneo em torno
de dois eixos de uma esfera —, as três formas, muito diversas
entre si, comunicam o sentido da passagem do tempo materializada no
movimento. Retomando uma tipologia de obras já apresentadas noutros
contextos, Eliasson distribuiu também por vários espaços do Parque
“Arctic Tree Horizon, replicando nos espaços verdes de Serralves
as costas da Islândia — país onde chegam constantemente troncos
trazidos da Sibéria pelas correntes marítimas. Para esta exposição,
o artista revestiu troncos com tinta preta que evoca o alcatrão —
um material noutros tempos usado para impermeabilizar os navios —,
criando marcos na paisagem que evocam as migrações, a circulação
e, num âmbito mais lato, o sistema ecológico em que vivemos. A
exposição mantém-se patente ao público até 14 de Junho, excepção
feita ao núcleo instalado no interior do Museu, o qual é visitável
apenas até ao próximo dia 08 de Março.
Sem comentários:
Enviar um comentário