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domingo, 2 de fevereiro de 2020

EXPOSIÇÃO DE PINTURA: Paula Rego | O Grito da Imaginação


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EXPOSIÇÃO DE PINTURA: “O Grito da Imaginação”,
de Paula Rego
Fundação de Serralves – Casa de Serralves
25 Out 2019 > 08 Mar 2020


Até ao próximo dia 08 de Março, está patente ao público na Casa de Serralves a exposição monográfica "Paula Rego. O Grito da Imaginação”, conjunto de 36 obras da artista, das quais 23 pertencem à colecção de Serralves. Depois da referencial exposição que o Museu organizou em 2004, esta mostra – que integra também duas séries de gravuras, “Pendle Witches” (1996) e “Shakespeare’s Room” (2006), do espólio da Casa das Histórias Paula Rego – traz a artista de volta a Serralves, focando uma particular atenção sobre “a capacidade da arte, nomeadamente na sua vertente figurativa, de revelar universos onde a surpresa e o espanto se ancoram nos mais básicos e fundamentais anseios da sociedade contemporânea, do papel da mulher nesse universo e, finalmente, da capacidade da arte questionar o quotidiano”, tal como descrito no texto de apresentação da exposição.

Reunindo trabalhos representativos de vários períodos da obra de uma autora que melhor soube definir um novo paradigma na pintura portuguesa contemporânea, a mostra tem como ponto de partida “Possessão” (2004), uma obra de grande escala constituída por sete elementos em pastel de óleo que tem a função de “levar o visitante a perceber a narrativa linear que Paula Rego constrói”, nas palavras da curadora da exposição, Marta Almeida. Já na entrada da Casa de Serralves, um desenho onde está representada uma menina vestida de salmão, que se apresenta deitada no chão, logo dando a entender que é ‘mal comportada’, foi descrito como “uma obra estruturante” que “conta muito sobre a artista que dizia que pintava da cabeça para a mão, como se o pastel de óleo lhe escorresse directamente da imaginação”.

No rés-do-chão da Casa de Serralves encontramos obras que representam cenas da vida doméstica datadas dos anos 1990, colagens datadas dos anos 1970, e gravuras vindas de Cascais, que foram feitas pela artista directamente em chapa metálica com tinta de água. O piso superior é inteiramente dedicado aos anos 1980, altura em que Paula Rego se dedicou à pintura em acrílico e guache, e durante a qual a artista, que muitas vezes iniciava a obra no chão e só mais tarde passava para cavalete, também fez uma aproximação à banda desenhada e à literatura infantil, explorando fábulas de Esopo e La Fontaine, contos de Hans Christian Andersen e Lewis Carroll. Com uma extraordinária arte de hibridação de diferentes universos, justapondo arte erudita e popular, quotidiano e excepcionalidade, histórias que ouve e ficções que elabora, crueldade e bondade, normas e tabus, Paula Rego dá corpo à memória e à critica dos tempos que marcam o tempo das suas obras. Imperdível!

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