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EXPOSIÇÃO: “Extravaganza”,
Colectiva de Pintura, Desenho e
Escultura
Curadoria de Antonia Gaeta, a partir
da Colecção Treger / Saint Silvestre
Centro de Arte Oliva, S. João da
Madeira
13 Abr > 15 Set 2019
Subtraindo o conceito próprio de Arte
Bruta – “a forma mais pura de Arte”, segundo Jean Dubuffet -,
“Extravaganza” apresenta-se aos olhos do visitante como um
conjunto desgarrado de obras que assentam “na estranheza, na
obsessão pelo obsceno e pelo 'nonsense', na recusa de regras lógicas
onde há espaço para abstrações, no gosto pelo absurdo, a
incongruência e todo o tipo de paradoxos”. É desta forma que
Antonia Gaeta, a curadora desta exposição, fala duma mostra que
reúne seis dezenas de obras – entre o desenho, a pintura e a
escultura – e cujo “denominador comum é uma dinâmica
especulativa não linear - uma situação inconstante ou rapidamente
mutável, fora do comum, bizarra”. Uma extravagância, portanto.
Recorrendo ao espólio da Colecção
Treger / Saint Silvestre, em depósito no Centro de Arte Oliva desde
2014, Antonia Gaeta faz questão de mesclar obras de diferentes
géneros, áreas geográficas e períodos históricos, dando-nos a
ver, ao lado de autores clássicos da Arte Bruta como Friedrich
Schröder-Sonnenstern e Agatha Wojciechowsky , um conjunto de autores
recentes da Arte Outsider como Marilena Pelosi ou Derrick Alexis
Coard. “Os artistas são por vezes anónimos, pouco conhecidos ou
trabalham sob pseudónimos. Quase analfabetos, sem formação
artística ou literária, são, no entanto, capazes de trazer uma
grande emoção espiritual e criativa a desenhos e retratos de
cenários nunca vistos, fisionomias de difícil catalogação, a
repetição obsessiva à mistura com a autoficção e, quiçá, a
promessa de outra identidade”, diz Antonia Gaeta.
Do muito de extraordinário que esta
exposição tem para oferecer ao visitante, destaque para os
pormenores surpreendentes dos trabalhos de inspiração vegetalista
da checa Anna Zemánková, as criaturas misteriosas do iraniano
Davood Koochaki, os expressivos, precisos e enérgicos rabiscos
feitos com esferográfica do alemão Ernest Kolb, a visão futurista
do alemão Karl Hans Janke, a estética BD do italiano Giovanni Galli
ou a expressividade das obras do holandês Roy Wenzel. Refiram-se
ainda os belíssimos desenhos da alemã Agatha Wojciechowski
representando dois rostos femininos, o conjunto de fotos de mulheres
assinados pelo checo Miroslav Tichy ou a aproximação ao cubismo nos
trabalhos do italiano Pietro Ghizzardi. A não perder!
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