TEATRO: “Banda Sonora”
Composição e orquestração | Filipe Raposo
Interpretação | Ana Valentim, Joana Campelo, Márcia Cardoso, Rita Cruz, Sílvia Figueiredo, Tânia Alves com Orquestra Académica Metropolitana
Maestro | Cesário Costa
Cenografia | Henrique Ralheta
Figurinos | Rafaela Mapril
Caracterização | Cidália Espadinha
Coreografia e movimento | Sónia
Baptista
Coprodução | São Luiz Teatro Municipal, Cine-Teatro
Louletano e Teatro do Eléctrico
Rivoli - Teatro Municipal do Porto
06 Abr 2019 | sab | 19:00
“Banda Sonora” conta a história de três meninas, de 8, 12 e 16 anos, que se vêem sozinhas na floresta, mais ou menos entregues à sua sorte. O passado de todas elas coincide em vários aspectos, desde a perda dos progenitores em contextos absolutamente dramáticos, ao processo natural de crescimento, feito de traquinice, muita curiosidade em perceber o mundo que as rodeia e algumas experiências que tendem a não correr lá muito bem. São três meninas que foram ensinadas a distinguir o que está certo do que está errado, mas que parecem não perceber muito bem que fumar ou namorar não é exactamente o mesmo que espetar uma faca na barriga de alguém. E assim, qual Adão e Eva depois de provarem o fruto proibido, sofrem o castigo de se verem apartadas do “paraíso”, obrigadas a viver o resto da sua existência num mundo subterrâneo onde, apesar de tudo, é ainda possível ver desabrochar uma flor.
Estreada no Teatro S. Luiz em Março de 2018, “Banda Sonora” precede no tempo “Alice no País das Maravilhas”, outro trabalho de encenação notável de Ricardo Neves-Neves, aqui em parceria com Maria João Luís. Ambas as peças prendem pela sua musicalidade e ritmo, o ambiente misterioso e sombrio da floresta a impor-se, tal como a figura do espelho – em “Alice no País das Maravilhas”, recorde-se, ele é elemento fulcral da cenografia, enquanto em “Banda Sonora” ele está presente na “duplicação” das três meninas (são, na verdade, seis actrizes em palco), cada uma espelho da outra. Há ainda o imaginário do cinema, com Burton e Disney à cabeça quando pensamos na envolvência e ambientes da peça, mas também essa notável partitura de Filipe Raposo, a remeter para o Danny Elfman de “Eduardo Mãos de Tesoura”, “O Estranho Mundo de Jack” ou “A Noiva Cadáver”. Genial!
[Foto: Ricardo Neves-Neves /
facebook.com/ricardo.neves.neves]
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