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EXPOSIÇÃO: “Infinito Vão – 90
Anos de Arquitetura Brasileira”
Curadoria | Fernando Serapião,
Guilherme Wisnik
Casa da Arquitetura, Matosinhos
28 Set 2018 > 08 Set 2019
“O verdadeiro amor é vão
Estende-se, infinito
Imenso monolito
Nossa arquitetura
Quem poderá fazer
Aquele amor morrer!”
Imenso monolito
Nossa arquitetura
Quem poderá fazer
Aquele amor morrer!”
Excerto da letra de “Drão”, composta por Gilberto Gil e que faz parte do álbum “Um Banda Um” (Universal Music Publishing Group, 1982)
Fruto de um processo de dois anos de trabalho levado a cabo no Brasil, “Infinito Vão – 90 Anos de Arquitetura Brasileira” surge na linha das duas anteriores mostras na Casa da Arquitetura - “Os Universalistas” e “Poder Arquitetura”, a exposição que inaugurou aquele espaço, em Novembro de 2017. Quer isto dizer que estamos perante mais uma fantástica exposição, reveladora da importância e alcance da arquitectura nas sociedades actuais, extraordinariamente “arquitectada” por Fernando Serapião e Guilherme Wisnik e contada ao pormenor através de 90 projectos de 136 arquitectos, seleccionados duma colecção constituída por 103 projetos e mais de 50 mil elementos entre desenhos, fotografias, documentos textuais, filmes, maquetes, cerâmicas, perfazendo quase três toneladas de material que veio do Brasil.
Inspirado na música e na voz de Gilberto Gil, o título desta mostra dá o mote para aquilo que poderemos encontrar, demonstrando a excelência da arquitetura e cultura brasileiras para além dos limites da disciplina. Repartida por seis núcleos temporais - cujos nomes são igualmente inspirados nas músicas de conhecidos autores brasileiros -, o visitante é convidado a viajar pela arquitetura, cinema, literatura e música brasileiras, desde 1924 até aos nossos dias. Esse é um dos aspectos mais interessantes desta exposição, o de poder cruzar uma marchinha carnavalesca de Lamartine Babo com o cartaz do filme “Os Fuzis” de Ruy Guerra, transitar entre o samba e a Bossa Nova ao mesmo tempo que se folheia “Brasilia”, de Clarice Lispector ou perceber o colorido e animação da Avenida Paulista ao som de “Bye Bye Brasil” de Roberto Menescal e Chico Buarque.
O cerne da exposição, contudo, é a arquitectura brasileira naquilo que ela tem de edificado. Ocasião, então, para visitar em detalhe alguns projectos emblemáticos, do conjunto da Pampulha, em Belo Horizonte, ao Teatro Castro Alves, em Salvador, do Museu de Arte de S. Paulo, ao Palácio do Planalto e ao edifício do Congresso Nacional, em Brasília. Mas também o Pavilhão S. Cristovão e o Hospital da Rede Sarah Kubitschek, ambos no Rio de Janeiro, o complexo de centrais hidroeléctricas de Urubupunga, nos rios Paraná e Tieté, o Centro de Convivência Cultural, em Campinas, as Estações-Tubo, em Curitiba, a Galeria Adriana Varejão, em Brumadinho ou essa incrível Casa Bola, em S. Paulo e, ao mesmo tempo, conhecer o trabalho de Lucio Costa, Oscar Niemeyer, Affonso Eduardo Reidy, Roberto Burle Marx, Vilanova Artigas, Lina Bo Bardi, João Filgueiras Lima (o Lelé) e Paulo Mendes da Rocha, entre muitos outros arquitectos brasileiros. O melhor mesmo, porém, é cada um apreciar por si. O enorme interesse que a mostra vem suscitando levou a que o seu encerramento fosse adiado, ficando patente até 08 de Setembro. Imperdível!
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