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Exposição: Escher
Centro de Congressos da Alfândega
do Porto
28 Fev > 28 Jul 2019
“O meu trabalho é um jogo, um jogo
muito sério”
Maurits Cornelis Escher
Depois do sucesso da sua passagem por
Lisboa, onde registou uma afluência a rondar os 200 mil visitantes,
a exposição dedicada ao artista holandês M. C. Escher está agora
patente ao público na cidade do Porto, numa produção e organização
da Arthemisia, em colaboração com a M. C. Escher Foundation. Com
curadoria de Mark Valdhuisen, diretor da M.C. Escher Company, e de
Frederico Guidiceandrea, um grande especialista da obra do artista, a
exposição engloba 135 trabalhos e traça o percurso criativo deste
grande génio visionário que encantou a mente dos cientistas e a
fantasia dos artistas gráficos.
Nascido em Leeuwarden, na Holanda, em
1898, Maurits Cornelis Escher orientou os seus estudos na área do
Desenho, depois de abandonar a ideia original de seguir Arquitectura.
Esquerdino, tal como Miguel Angelo e Leonardo da Vinci,
especializou-se no desenho de espaços impossíveis e na criação de
ilusões de óptica através do uso da perspectiva, divisão regular
do plano, geometria hiperbólica e topologia. O facto de não ter
grandes conhecimentos na área da Matemática, levou-o a trocar
correspondência com matemáticos, sobretudo ingleses, de forma a
aperfeiçoar o seu trabalho. Apreciado como um “artista menor” pelos
críticos da época, que viam a sua uma obra como tendo “muito de
intelecto e pouco de poesia”, Escher acabaria por se impor graças
à sua originalidade e habilidade, deixando uma produção de 448
litografias e xilogravuras e mais de 2 mil desenhos e esboços, além
de ilustrações de livros, tapeçarias, selos e murais.
Nos trabalhos agora expostos na
Alfândega do Porto podem apreciar-se alguns dos mais importantes
esboços enigmáticos e projectos paradoxais deste autor, começando
com as suas primeiras gravuras e desenhos realistas inspirados na
natureza e paisagens de Itália. A exposição explora
aprofundadamente o trabalho de Escher em torno das tesselações e da
transformação de figuras que ilustram bem a forma como, combinando
fantasia e geometria, a metamorfose se viria a tornar num elemento
único na sua arte.
Dos desenhos que ilustram a sua visita
a Itália em 1921 aos paradoxos geométricos, passando pelas
xilogravuras que ilustram o seu livro sobre a divisão regular do
plano, pelas gravuras que condensam a sua visão da estrutura do
espaço ou pela representação de superfícies
reflectoras, é todo um mundo de fantasias lúdicas e de construções
fascinantes que se abre aos olhos do visitante. Para os mais
curiosos, há ainda uma secção designada “Eschermania” onde se
podem encontrar referências à sua obra em inúmeros trabalhos de
artistas contemporâneos, da banda rock Pink Floyd, que recriou o universo
infinito na capa do álbum lançado em 1969, aos estilistas
Alexander McQueen ou Chanel. Esta é uma exposição que exige ser
vista com tempo e uma imensa atenção. É fascinante o que se
descobre de novo em cada um dos trabalhos de Escher após uma segunda
(e uma terceira e uma quarta) observação. Só o audioguia é de
todo dispensável, as variadas explicações muito demoradas e sem
acrescentarem o que quer que seja àquilo que os olhos vêem.
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