CONCERTO: Harlem Gospel Choir
Cine-Teatro de Estarreja
01 Dez 2018 | Sab | 21:30
Há uma década que os Harlem Gospel
Choir elegem Portugal para uma série de concertos nesta altura do
Natal. Voltaram a fazê-lo este ano, numa digressão que incluiu na
sua agenda o Cine-Teatro de Estarreja, propondo um momento único de
festa e celebração da música através de um repertório
cuidadosamente escolhido entre os seus temas mais conhecidos e
aclamados. Mantendo um diálogo constante com o público e convidando
a uma participação activa nos vários temas interpretados, o Harlem
Gospel Choir contagiou os presentes e pôs a sala a dançar,
literalmente, ao longo de quase duas horas, derramando magia nas suas
vozes e nos seus gestos e ritmos.
Composto por nove elementos e dois
instrumentistas – teclados e percussão -, o Harlem Gospel Choir é uma espécie de “globetrotter” da música coral, aliando ao virtuosismo e qualidade vocal um sentido único do espectáculo, fazendo de cada concerto um momento de júbilo. Em Estarreja, o coro arrancou com “I
Love to Praise Him” e “Jesus Is His Name”, dois temas
evangélicos entoados com uma alegria e uma energia transbordantes, dando o mote para o muito de bom que estava para vir. Seguiu-se um momento de tributo a Aretha
Franklin, recordando a “rainha da soul” recentemente desaparecida e vincando a importância do seu exemplo na génese e essência deste grupo. “Take My
Hand, Precious Lord”, “You Make Me Feel (Like a Natural Woman)”
ou “Respect” foram hinos sentidos nas vozes do grupo, Aretha lembrada com intensidade, respeito e uma profunda emoção.
Interpretada de forma magistral por uma
das vozes femininas do coro, num solo de arrepiar, “Amazing Grace”
surgiria imediatamente após o intervalo, mostrando o porquê de ser
este um dos temas mais amados pelos americanos e um dos preferidos da
quadra natalícia. Houve ainda lugar a um “duelo de pandeireta”,
momento divertido e de enorme virtuosismo à volta deste popular
instrumento, bem como uma interpretação extraordinária de “Oh
Happy Day”, abrilhantada pela presença em palco de Cátia, uma
jovem “repescada” na assistência e que deu uma réplica com
tanto de fantástico como de absolutamente inesperado. Vibrante e
arrebatada, “Celebration” foi o “grand finale” dum concerto
que perdurará na memória daqueles que tiveram o privilégio de o
viver e sentir.
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