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ESPAÇOS: Collection de l'Art Brut
11, av. des Bergières CH – 1004
Lausanne
Visitas | de Terça a Domingo, das
11h00 às 18h00; aberto às Segundas nos meses de Julho e Agosto
Ingresso | Adultos 10,00 CHF;
Estudantes 5,00 CHF; entrada gratuita no primeiro sábado de cada mês
Site | https://www.artbrut.ch/
"Sob esta designação [Arte
Bruta] falamos de obras executadas por pessoas não contaminadas pela
cultura artística, nas quais, portanto, o mimetismo, ao contrário
do que acontece entre os intelectuais, tem pouca ou nenhuma
participação, de modo que seus autores estabelecem tudo (temas,
escolha de materiais utilizados, meios de transposição, ritmos,
formas de escrita, etc.) a partir da sua própria formação e não
por intermédio de clichés de arte clássica ou de arte da moda.
Aqui assistimos à operação artística pura, crua, reinventada em
todas as suas fases pelo autor, a partir dos seus próprios impulsos.
Arte, portanto, na qual a única manifestação é a invenção, e
não aquelas, constantes na arte cultural, do camaleão e do macaco”.
É ao pintor francês Jean Dubuffet
(1901 – 1985) que se deve o conceito de Arte Bruta, definida por
ele próprio no parágrafo acima. Baseada em características sociais
e peculiaridades estéticas, a Arte Bruta é o produto de criadores
autodidactas, marginalizados pelo seu espírito rebelde ou
impermeáveis a normas e valores colectivos, projectando um universo
para seu próprio uso, sem a necessidade de reconhecimento ou
aprovação por parte do público. Utilizando meios e materiais
geralmente inéditos, os seus trabalhos são livres de influências
da tradição artística e implementam modos de figuração singular.
Em busca de uma arte livre do
condicionamento cultural e social, convencido da fecundidade criativa
da loucura, Dubuffet desenvolve, a partir de 1945, um esforço de recolha e inventariação que lhe permite iniciar uma colecção de
objectos criados por residentes em hospitais psiquiátricos,
prisioneiros, indivíduos solitários ou, de alguma forma, excluídos.
Ele percebeu nessa criação marginal, uma “operação artística
pura, crua, reinventada em todas as suas fases pelo autor, partindo
apenas de seus próprios impulsos”. Em 1964, dá inicio à
publicação dos folhetos Art Brut, cujos primeiros oito títulos ele
próprio escreve e cuja publicação continua até hoje. Em 1971, o
pintor doou a sua colecção à cidade de Lausanne, num total de 5000
obras de 133 criadores. A Collection de l'Art Brut está aberta ao
público desde 26 de Fevereiro de 1976 e é uma verdadeira referência
no circuito cultural europeu.
Primeiro museu de Arte Bruta do
mundo, a Collection de l'Art Brut estabeleceu fortes laços com as
instituições matrizes dedicadas a essa forma de expressão fora das
normas, com elas desenvolvendo uma rede de trocas, emulação e
colaboração. Desde a sua criação, a Collection de l'Art Brut tem
trabalhado intensamente para o reconhecimento da Arte Bruta mediante
um considerável enriquecimento das colecções, a realização de
quase 100 exposições temporárias monográficas ou temáticas de
referência, a publicação de mais de 60 catálogos ou monografias,
a realização de documentários e a colaboração com instituições, a nível nacional e internacional, através do empréstimo de obras. O
museu possui agora um espólio de mais de 70.000 obras de 1000
autores e cerca de 700 obras estão permanentemente expostas nas
salas do Château de Beaulieu, dispostas em quatro andares para
acomodar as criações dos autores nas suas colecções.
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