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EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA: “Exil”
Musée International de la
Croix-Rouge et du Croissant-Rouge
14 Mar > 25 Nov 2018
Fugir dum país, deixar para trás a
família, os amigos, os pertences, cruzar fronteiras, linhas de
demarcação, a pé, de barco, ao encontro dum futuro do qual se
desconhece, forçosamente, a forma ou os seus contornos. É esta a
realidade do exílio, uma realidade que toca directamente 65,6
milhões de pessoas deslocadas em todo o mundo, alterando
decisivamente os contornos geográficos e físicos dos países de
passagem ou de acolhimento. O êxodo faz bascular as escalas do
global, do local e do trans-nacional: as vias de comunicação e as
trocas económicas multiplicam-se, os mercados de trabalho
segmentam-se; os direitos sociais e jurídicos esvaziam-se de
sentido, tornando mais visível o surgimento de novas formas de
precariedade e de desigualdade. Paralelamente, os laços familiares
estendem-se muito além das fronteiras habitualmente traçadas,
tornando acessíveis novos modos de vida e de consumo.
Colhidas pelos fotógrafos da Magnum
Photos, mais de 300 imagens contam a viagem dos migrantes, a marcha,
a espera, a incerteza, o medo, mas também a esperança. Da Guerra
Civil de Espanha à Guerra do Vietname, do conflito dos Balcãs
àquele que mantém o Médio Oriente sob brasas, passando pelas vagas
de refugiados às portas da Europa, esta exposição constitui um
mergulho documental apaixonante na história do mundo e da
humanidade, questionando noções tão diversas como as da
territorialidade, da geopolítica, dos contextos económicos e das
fronteiras mentais.
Para ilustrar estes movimentos, “Exil”
propõe uma cenografia audaciosa, rompendo com o conceito tradicional
de apresentação do material expositivo. Nela, o visitante é convidado a pegar nas fotografias
com as suas próprias mãos, criando-se assim uma relação
completamente diferente com a imagem e o destino das pessoas
figuradas. No contexto duma instituição de propósitos tão nobres
como é a Cruz-Vermelha, esta é uma oportunidade única de apreciar
o trabalho de fotógrafos tão conceituados como Robert Capa, Raymond
Depardon, Bruce Gilden, René Burri, Cristina Garcia Rodero, Bruno
Barbey ou Erich Lessing, ao lado dos “emergentes” Thomas Dworzak,
Alex Majoli, Paolo Pellegrin, Jérôme Sessini ou o fenomenal Moises
Saman. E de parar para pensar!
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