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sábado, 14 de julho de 2018

CONCERTO: Billy Hart Quartet com Joshua Redman



CONCERTO: Billy Hart Quartet com Joshua Redman
Casa da Música
10 Jul 2018 | ter | 21:00


Saxofonista de múltiplos talentos, Joshua Redman é uma das referências obrigatórias do jazz do nosso tempo, apresentando no seu currículo colaborações com músicos tão diversos como Brad Mehldau, Pat Metheny, Chick Corea, Rolling Stones, Yo Yo Ma ou Stevie Wonder. Por seu lado, o baterista Billy Hart é uma lenda viva do jazz mundial, tendo acompanhado ao longo da sua carreira de cinco décadas artistas como Otis Redding, Wes Montgomery, Wayne Shorter, McCoy Tyner, Herbie Hancock, Stan Getz ou Miles Davis. É da fusão destes dois artistas geniais, aos quais se juntam os habituais parceiros de Hart - o pianista Ethan Iverson e o baixista Ben Street –, que nasce o projecto que o público do Porto teve ocasião de apreciar na Casa da Música e que redundou num serão do melhor jazz.

“Southampton”, uma composição de Ethan Iverson, abriu o programa e logo ali se percebeu que o verdadeiro convidado do concerto era a própria música, as individualidades a esbaterem-se em favor dum trabalho colectivo. Seguiu-se “Song for Balkis”, do último trabalho de Billy Hart (“The Broader Picture”, 2016) e “Diamond Dozen”, uma composição plena de vigor e entusiasmo, com assinatura de Joshua Redman. Dedicada “a todas as avós presentes na Sala”, “Duchess” representou um recuo a 1985, numa revisitação do segundo álbum de originais de Hart, “Oshumare”. Tempo ainda para escutar “Chamber Music”, de Joshua Redman e “Neon”, uma composição de Iverson e que Hart fez questão de incluir no álbum “Billy Hart Quartet” (2006).

Verdadeira afirmação de vitalidade e virtuosismo deste fabuloso grupo de intérpretes, o concerto teve o condão de abrir ao espectador a possibilidade de fruir em pleno as emoções que se desprendem da música do quarteto, naquilo que tem de mais espontâneo e autêntico. Ao encontro da sua poesia, nas ondas das longas frases musicais quase levadas ao extremo, o público foi brindado com a enorme naturalidade e energia do conjunto, a sua música constituindo uma porta aberta aos detalhes, nuances, subtileza e delicadezas dum jazz de primeira água, num exercício de liberdade que não deixou ninguém indiferente.

[Foto: Roberto Serra – Iguana Press/Getty / expresso.sapo.pt/cultura/]

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