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quarta-feira, 4 de abril de 2018

LUGARES: Museu de Portimão



LUGARES: Museu de Portimão
Localização | Rua D. Carlos I, Portimão
Horários | 01 Set > 31 Jul: 3ª das 14h30 às 18h00; 4ª a domingo das 10h00h às 18h00. 01 Ago > 31 Ago: 3ª das 19h30h às 23h00; 4ª a domingo das 15h00h às 23h00. Encerra: Segunda, Terça (até às 19h30) e nos Feriados Nacionais.
Ingresso (Adulto) | € 3,00. Gratuito ao Sábado, das 10:00 às 14:00 (ou das 15:00 às 19:00, durante o mês de Agosto)


A história de Portimão encontra-se profundamente interligada com os recursos naturais da matriz mediterrânica do seu território e com a forte relação fluvial e marítima. Neste contexto, surgem desde a antiguidade os processos de transformação e conservação pelo sal da riqueza piscícola das suas águas e mais tarde, no século XX, uma importante indústria piscatória e conserveira que ocupou as margens do Arade. Em 1996, a necessidade de preservar toda esta relação histórica motivou a aquisição, pelo Município de Portimão, da antiga fábrica de conservas de peixe “São Francisco”, localizada na frente ribeirinha da cidade. É desse renovado edifício fabril, datado dos finais do séc. XIX, que surge a 17 de Maio de 2008 o Museu de Portimão, pólo de difusão cultural e espaço de descoberta das origens e da evolução da comunidade, do seu território e dos aspectos mais marcantes da sua história industrial e marítima.

Programada como a principal exposição de referência do museu, ocupando as naves industriais do anterior edifício fabril e distribuída por uma área de cerca de 1000 m2, “Portimão, Território e Identidade” representa uma síntese histórica do percurso desenhado pelas comunidades locais, desde a pré-história até à actualidade. Num primeiro pólo, podemos apreciar os elementos históricos mais decisivos e presentes na organização da cultura das sociedades locais. Por ordem cronológica são mostrados os sinais da ocupação milenar do território, das comunidades pré-históricas de Alcalar, à presença românica e islâmica. A ligação ao Rio Arade – uma porta entre o Mediterrâneo e o Atlântico -, a indústria de construção naval em madeira e a transformação do figo, que resultou no primeiro grande momento de expansão económica de Portimão, são marcas distintivas dum passado não muito longínquo. A história singular do portimonense Manuel Teixeira Gomes, Presidente da República entre 06 de Outubro de 1923 e 11 de Dezembro de 1925, merece igualmente um lugar de destaque neste pólo.

A memória industrial conserveira e a profunda relação histórica com o rio Arade e o Atlântico constituem-se como os temas centrais do segundo pólo expositivo. Através dele, destaca-se o papel dos homens e mulheres na actividade económica mais relevante de Portimão e do Algarve, antes da mudança para o novo paradigma, a indústria do turismo. Partindo do próprio espaço fabril e em especial da recuperada “Casa de Descabeço”, o visitante é conduzido da antiga lota do cais de Portimão até ao coração das fábricas, acompanhando o processo de fabrico, embalagem e promoção das conservas portimonenses. Particularmente interessante é o documentário “O Jogo da Sardinha”, de 1946, que descreve todo o processo do fabrico das conservas de peixe e oferece uma ideia clara sobre a actividade laboral nos anos dourados da indústria conserveira. O último pólo expositivo convida o visitante a descer um piso até à antiga cisterna da Fábrica. No mesmo local onde se recolhiam e reaproveitavam as águas pluviais para alimentar os tanques de salmoura e as caldeiras da fábrica, descobrem-se agora as imagens em movimento da fauna e flora subaquáticas do Rio Arade e da orla costeira de Portimão. Nesta mesma Cisterna, em Setembro de 2013, foi instalado o núcleo Ocean Revival - Parque Subaquático de Portimão, possibilitando ao visitante acompanhar em terra o que se passa debaixo de água com os navios afundados a cerca de três milhas da Praia de Alvor.

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