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sábado, 7 de abril de 2018

CONCERTO: Orquestra Jazz do Porto convida Vitorino Salomé



CONCERTO: Orquestra Jazz do Porto convida Vitorino Salomé
Casa da Música
06 Abr 2018 | sex | 23:00


A Sala 2 da Casa da Música, no Porto, recebeu, na noite de ontem, um evento memorável. Em palco, a Orquestra Jazz do Porto e um ilustre convidado, Vitorino Salomé, um dos maiores cantautores portugueses, um nome que marca de forma indelével a nossa música das últimas quatro décadas e que nos vem legando verdadeiros “hinos nacionais” como “Tragédia da Rua Das Gáveas”, “Poema”, “Ana II” ou “Menina Estás à Janela”.

Privilegiando, no alinhamento, precisamente as suas “mais bonitas”, Vitorino visitou praticamente toda a sua discografia, investindo n' “A canção do bandido” com um memorável “Tocador Da Concertina”, deixando-se ir por “Flor de la mar” com “Queda do Império”, dando um pulo a “La Habana 99” com um bem ritmado “Capullito de Alelí”, arrastando a asa a “Alentejanas e Amorosas” em “Bárbara Rosinha” ou mergulhando na “Utopia” com “Senhor Arcanjo”, homenageando assim o maior de todos, Zeca Afonso. Tempo ainda para uma incursão no universo romântico de Winkler, Rauch e Sigman, com esse tremendo sucesso “Answer Me, My Love”, imortalizado na voz de Nat King Cole, e para duas estreias mundiais (“ou universais, ou o que quiserem...”), a “Marcha do 31 de Janeiro”, que abriu e fechou o concerto e ainda “Sãozinha”, um “fado brejeiro à moda do Porto”, com letra de Manel Cruz.

Para o tremendo sucesso deste concerto muito contribuiu, para além da voz, da música e das palavras de Vitorino Salomé e de outros poetas como José Forte ou António Lobo Antunes, a novíssima formação da Orquestra Jazz do Porto, com direcção do maestro Gileno Santana. Notáveis os arranjos assinados por muitos dos elementos que constituem a orquestra, permitindo-me realçar “Senhor Arcanjo” e “Menina Estás À Janela”, com roupagens que puseram em evidência o potencial rítmico das respectivas músicas e deram nota dum casamento perfeito entre o “clássico” e o Jazz. Estes exemplos estendem-se igualmente ao restante programa, deixando o público presente na sala completamente embrenhado nesta cumplicidade fortíssima. Os corpos agitaram-se nas cadeiras, bateram-se palmas, dançou-se... e aplaudiu-se. Muito. Porque valeu realmente a pena!

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