EXPOSIÇÃO: “Encontros”,
de Günter Grass
Casa-Museu Guerra Junqueiro
02 Mar > 23 Set 2018
Se fosse vivo, Günter Grass teria 90
anos. A data é assinalada com a exposição “Encontros”, um
projecto do Goethe-Institut Portugal e que está patente ao público
na Casa Museu Guerra Junqueiro, no Porto. Nela é possível apreciar
um conjunto de trabalhos dum período que se estende de 1974 a 2009 e
que revela uma das facetas menos conhecidas do escritor, prémio
Nobel da Literatura em 1999 e que manteve uma ligação muito forte a
Portugal.
No isolamento deste país à beira mar
plantado, Grass encontrou, desde o início dos anos 80, a
tranquilidade que muitas vezes procurava em vão na Alemanha. Plantou
agaves no seu terreno, extraiu tinta de chocos com as próprias mãos
e, como cozinheiro, utilizou com paixão os produtos da região. Achados, como conchas, penas e pedras das praias junto
ao Atlântico, encontraram eco nos seus universos de palavras e
imagens, como esta exposição demonstra de forma
notável.
Distribuída por três pisos, a exposição tem nalgumas citações belíssimas do autor - “O meu luxo / é ter limões meus / para o chá. / Em Portugal tenho uma arvorezinha / que me é prestável no inverno.” ou “Um ramo esculpido pelo vento, / e penas, deixadas por um maçarico-branco. / O mar bate devagar. / A felicidade, dizem, / é um objecto achado.” - uma espécie de nota introdutória. O resto são desenhos, aguarelas, gravuras e esculturas que prolongam esta nota de sensibilidade e mostram um artista preocupado com o mundo à sua volta. Dum naturalismo comovedor, dando uma profunda atenção ao detalhe, Günter Grass aproxima a obra gráfica da sua produção literária, pontuando-a de reflexões sobre a brevidade da vida e sobre os caminhos que conduzem à deterioração e à morte. Uma exposição notável, para ver até 23 de Setembro.
Distribuída por três pisos, a exposição tem nalgumas citações belíssimas do autor - “O meu luxo / é ter limões meus / para o chá. / Em Portugal tenho uma arvorezinha / que me é prestável no inverno.” ou “Um ramo esculpido pelo vento, / e penas, deixadas por um maçarico-branco. / O mar bate devagar. / A felicidade, dizem, / é um objecto achado.” - uma espécie de nota introdutória. O resto são desenhos, aguarelas, gravuras e esculturas que prolongam esta nota de sensibilidade e mostram um artista preocupado com o mundo à sua volta. Dum naturalismo comovedor, dando uma profunda atenção ao detalhe, Günter Grass aproxima a obra gráfica da sua produção literária, pontuando-a de reflexões sobre a brevidade da vida e sobre os caminhos que conduzem à deterioração e à morte. Uma exposição notável, para ver até 23 de Setembro.
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