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quarta-feira, 30 de julho de 2025

LUGARES: Museu Nacional do Vinho de Alcobaça



LUGARES: Museu Nacional do Vinho de Alcobaça
Rua de Leiria - Olival Fechado, Alcobaça
Horários | Terça-feira a Domingo e Feriados: Visitas às 10:00, 11:00 e 12:00 / 14h00, 15h00, 16h00 e 17h00
Ingressos | Bilhete individual sem prova: € 4,00 (com prova, € 10,00 e € 12,00)


É em Alcobaça que se encontra a maior colecção nacional vitivinícola em contexto museológico. Instalado numa antiga adega, o Museu Nacional do Vinho de Alcobaça é o mais completo da temática do vinho e da vinha em Portugal, com um acervo que reflete quatro séculos de legado científico, histórico e industrial. Foi pelas mãos de José Eduardo Raposo de Magalhães que surgiu, em finais do século XIX, a adega do Olival Fechado, espaço hoje ocupado pelo Museu. Alcobacense ilustre, de índole generosa e de personalidade multifacetada, José Eduardo Raposo de Magalhães licenciou-se em Engenharia Militar, cursou Filosofia e Matemática em Coimbra, tendo também sido músico amador e regente, mas foi na sua dedicação à Agricultura que deu alto renome à sua terra. De facto, responsável maior pela fama e desenvolvimento da vitivinicultura de Alcobaça, José Eduardo Raposo de Magalhães aplicou, na construção da sua Adega, a tecnologia mais avançada do seu tempo, patente ainda hoje na qualidade dos materiais, na racionalidade dos espaços e nas condições de higiene preconizadas.

Em 1948, a Junta Nacional do Vinho, organismo corporativo e de coordenação económica, adquiriu aos Herdeiros de José Eduardo Raposo de Magalhães, a referida adega e terrenos adjacentes, passando aí a funcionar a Adega Cooperativa e os Armazéns da Junta, devidamente modernizados e ampliados. Em 1968, decorrente do encerramento de alguns dos Armazéns da Junta Nacional do Vinho um pouco por todo o território, foi dado início à recolha de material vinário disperso nas suas várias Delegações. Exercendo, na época, funções de Delegado da Junta em Leiria, Manuel Augusto Paixão Marques, pessoa de grande sensibilidade para a conservação patrimonial, cedo se interessou pelo espólio que se adensava e que, por razões logísticas, ia sendo reunido em Alcobaça. Em 1976, com a passagem da Adega Cooperativa para novas instalações e correspondente desactivação das adegas e dos depósitos, deu início a uma colecção única e preciosa, ciente do valor histórico, científico e etnográfico de peças que cobrem um arco temporal do século XVII ao advento do século XXI.

Distribuído por cinco espaços distintos - Adega dos Balseiros, Adega dos Depósitos, Adega dos Tonéis, Taberna e Jardim de Baco -, o espólio do Museu conta com um importante acervo com mais de dez mil peças móveis, preenchendo um universo eclético cujas tipologias contemplam a enologia, a etnologia, a tecnologia tradicional, a arqueologia industrial e as artes gráficas, plásticas e decorativas. O espólio reflecte ainda uma dimensão nacional, única no País, que reporta à memória da antiga Junta Nacional do Vinho, com destaque para os magníficos e elucidativos quadros informativos e estatísticos datados do seu período de afirmação, nas décadas de 1950 e 1960. Ao olhar do visitante abre-se um vasto conjunto integrado de peças de enorme valor e interesse, contextualizando a viticultura e a vinicultura em diferentes momentos históricos, assim como as industrias correlativas - tanoaria, engarrafamento e vidro de embalagem -, o armazenamento, a distribuição ou o consumo do vinho. Sujeito a visita guiada, o Museu é visitável de terça-feira a domingo, sendo aconselhável marcação prévia.

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