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sábado, 7 de junho de 2025

LUGARES: Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo



LUGARES: Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo
Largo do Conde de Vila Flor, Évora
Horário | Terça-feira a domingo, das 09h30 às 13h00 e das 14h00 às 17h30
Ingressos | € 10,00 (bilhete normal)


O Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo ocupa um espaço privilegiado no centro de Évora, cidade Património Mundial. O Museu foi criado oficialmente em 1915 e passou por várias vicissitudes até ser instalado em definitivo no antigo Palácio Arquiepiscopal em finais do século XVI e princípios do século XVII. As suas origens históricas ligam-se às colecções reunidas por Frei Manuel do Cenáculo Vilas Boas, influente intelectual do período pombalino, colecionador de arte e um dos pioneiros da arqueologia em Portugal. Ao longo dos tempos foi sendo enriquecido com a aquisição de valores artísticos oriundos das extintas casas religiosas e doações particulares. Sofreu uma profunda remodelação em 1940, sob a orientação do Professor Mário Chicó, valorizando-se as secções de Arqueologia, Arquitectura, Escultura, Epigrafia, Heráldica, Ourivesaria, Artes Decorativas e Pintura, sendo este núcleo o mais notável. Foi promovido a Museu Nacional em 2017, gesto que afirma o valor das suas colecções.

Do acervo de mais de vinte mil peças, destaca-se uma colecção que permite reconstituir a história da pintura antiga portuguesa, desde “A Virgem com o Menino” (c. 1410), de Álvaro Pires de Évora, o “Tríptico do Bom Jesus de Valverde” (1544), de Gregório Lopes, ou “São Jerónimo, Santo António e São Dinis”, de Diogo de Contreiras (século XVI), a obras de importantes pintores luso-flamengos como Francisco Henriques e Frei Carlos. O Museu alberga ainda alguns dos nossos “tesouros nacionais”, como o Tríptico da Paixão de Cristo, pintado em esmalte por Nardon Pénicaud no século XVI, ou o imponente Retábulo Flamengo (c. 1500) proveniente da antiga capela-mor da Sé de Évora, o maior e um dos mais importantes conjuntos de pintura flamenga existentes em Portugal. Outras pinturas dignas de nota possuem assinatura de Vasco Fernandes, Josefa de Óbidos ou Vasco Pereira Lusitano. Integra o espólio do Museu o legado Barahona, colecção que se reveste de importância muito significativa no âmbito da pintura e escultura naturalista de finais do século XIX e inícios do século XX.

Na colecção de escultura, destacam-se os elementos de arquitectura provenientes de monumentos da cidade e importantes exemplares de tumulária dos séculos XIV ao XVIII, com relevo para as obras atribuídas a Nicolau de Chanterene (primeira metade do século XVI) ou o túmulo de Fernão Gonçalves Cogominho (c. 1364). As colecções apresentam, ainda, importantes núcleos de ourivesaria, numismática, naturalia (objetos exóticos do mundo natural) e arqueologia, estas três últimas constituídas essencialmente por peças reunidas pelo arcebispo Frei Manuel do Cenáculo. Refira-se ainda a colecção Leonor Pina, com o fantástico espólio da Anta Grande do Zambujeiro, e a chamada colecção do Hospital, com achados referentes a outras antas do concelho de Évora, Herdade das Casas, Castelo da Lousa e Castelo do Geraldo. Tem como anexo, desde 1917, a Igreja de Nossa Senhora das Mercês, edifício do século XVII que já correspondeu à secção de Artes Decorativas do Museu, encontrando-se encerrada por razões de conservação.

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