EXPOSIÇÃO: “30 Anos Guimarães Jazz”
Guimarães Jazz 2021
Centro Cultural Vila Flor
11 Nov 2021 > 05 Mar 2022
Visitar a exposição “30 Anos Guimarães Jazz” é viajar pela história daquele que será, no presente, o melhor festival de jazz do nosso País. Uma história valiosa, recheada de momentos inesquecíveis, aqui mostrada com enlevo através dos cartazes de cada uma das edições, de mais de uma centena de fotografias que contam histórias e avivam memórias, de objectos directa ou indirectamente ligados à organização do próprio certame, dos programas às mensagens no Livro de Honra do festival, das listas com o alinhamento de um concerto às identificações do Director do Festival, o incontornável Ivo Martins. Nas paredes de uma vasta sala ou em expositores no seu centro, evoca-se cada uma das edições do Festival, acompanhando-as de uma descrição breve, mediante as quais se percebe o contínuo evolutivo que faz do Festival de Jazz de Guimarães aquilo que é hoje. Entre passado e futuro, esta exposição constitui-se num documento do tempo, ao ritmo do jazz.
Tudo começa em 1992, numa altura em que o jazz tinha uma expressão residual, assente apenas no mítico “Cascais Jazz” e no “Jazz em Agosto”, este último promovido desde 1984 pela Fundação Calouste Gulbenkian. Foi, pois, com uma boa dose de loucura e muito entusiasmo que nesse ano surgiu o Guimarães Jazz, um evento pioneiro não apenas pela sua contribuição para o reconhecimento do jazz enquanto arte musical, mas também pelo seu papel na descentralização da cultura em Portugal. Com concertos distribuídos ao longo de sete dias, Guimarães recebeu nesse ano algumas das mais sonantes figuras deste género no nosso País, de Carlos Martins a Pedro Moreira ou de João Paulo Esteves da Silva a Carlos Bica, passando por José Peixoto, Maria João, Mário Laginha ou Bernardo Sassetti.
Alcançado o grande objectivo de criar uma comunidade de músicos e espectadores em torno do festival, a segunda edição do Guimarães Jazz representou a afirmação deste modelo através da sua internacionalização. Art Farmer, Conrad Herwig, Mal Waldron ou Hermeto Pascoal passaram por Guimarães, trazendo com eles uma manifesta propensão para o ecletismo, o hibridismo e a heterodoxia musicais. Consagrada ao tema “As Mulheres no Jazz”, a edição de 1994 trouxe projectos como os de Sophia Domancich, Unpredictable Nature ou Cindy Blackman, às quais se juntaram as portuguesas Maria Anadon, Ana Paula Oliveira e Fátima Serro com o Trio de Carlos Azevedo. Podemos ir por aí fora, de evocação em evocação, que não cessaremos de nos congratular com programas fantásticos que deram aos amantes do jazz a possibilidade de escutar Betty Carter, Charlie Haden, Bill Frisell, McCoy Tyner, Herbie Hancock, Charles Lloyd, Wayne Shorter ou o Art Ensemble de Chicago, entre muitos outros. É isto que o visitante vai poder (re)viver.
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