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LUGARES: Museu de Lamego
Largo de Camões, Lamego
Horários | De segunda a domingo, das 10h00 às 12h30 e das 14h00 às 18h00
Ingresso | € 3,00 (bilhete normal)
Localizado no centro histórico da cidade, o Museu de Lamego encontra a sua génese na vontade de D. Francisco José Ribeiro de Vieira e Brito, bispo de Lamego entre 1901 e 1922, que pretendia instalar um Museu de Arte Sacra no antigo palácio episcopal. Com essa finalidade iniciou a recolha de obras de arte dispersas pela diocese, bem como a recuperação e beneficiação do edifício. A Implantação da República, em 1910, obrigou à suspensão dos trabalhos em curso, mas logo no ano seguinte, a Câmara Municipal de Lamego decidiu a criação do “Museu Artístico” a partir do espólio recolhido por este prelado e entretanto incorporado no património do Estado. Criado por Decreto de 5 de abril de 1917, os bens que iriam constituir o seu acervo inicial foram entregues ao seu primeiro diretor, João Amaral, em 1918, ano em que o Museu foi inaugurado, o que faz dele um dos poucos museus centenários do nosso país.
Diversa e plural, a coleção permite um percurso de descoberta sobre a evolução da cidade de Lamego e dos homens e mulheres que a habitaram ao longo dos séculos. Com um acervo verdadeiramente eclético, o Museu de Lamego possui coleções de pintura, escultura, tapeçaria, mobiliário, ourivesaria, paramentaria e meios de transporte, que faziam parte do recheio do antigo palácio, complementadas, mais tarde, por um conjunto de capelas revestidas em talha dourada, peças arqueológicas, cerâmicas, gravura, desenho e fotografia. Organizado volumetricamente em torno de um pátio central, o edifício possui, no percurso visitável, um espaço de recepção e loja, ao qual se segue a sala de exposições temporárias. Os espaços destinados à exposição permanente distribuem-se por dois pisos, as peças ocupando espaços amplos e muito bem iluminados que lhes conferem a devida dignidade e permitem ao visitante a sua fruição plena.
Do vasto espólio, o destaque vai para as dezoito peças à guarda do Museu de Lamego e que, pela sua autenticidade, originalidade, raridade, o génio do criador, o testemunho de vivências, o valor estético, técnico ou material e a importância do ponto de vista da investigação histórica ou científica, se encontram classificadas como Tesouros Nacionais. São eles os cinco painéis que integravam o políptico do altar-mor da Sé de Lamego, que Vasco Fernandes (Grão Vasco) pintou na primeira década do século XVI, o núcleo de tapeçaria flamenga, tecida em Bruxelas, na mesma época, os painéis de azulejos do século XVII provenientes do Palácio de Valmor e a arca tumular do séc. XIV, onde supostamente foram depositados os restos mortais de D. Teresa Anes de Toledo, terceira mulher do poderoso Conde Pedro Afonso.
A coleção de pintura é constituída por cerca de 250 exemplares, que compreendem pintura portuguesa e europeia dos séculos XVI aos finais do XVIII, para além da presença episódica de exemplares mais tardios. Do conjunto de pintura portuguesa, para além do já referido trabalho de Vasco Fernandes, destacam-se as dezasseis pinturas de André Reinoso e oficina, que constitui um dos maiores conjuntos de pintura Seiscentista que se preserva em museus portugueses atribuídos a um só autor. Na pintura europeia, a predominância de obras de origem flamenga e neerlandesa traduz os laços políticos e económicos entre Portugal e os Países Baixos e o gosto pela pintura nórdica da Idade de Ouro no colecionismo contemporâneo. Aí encontramos a marca de afamados mestres como Pieter Paul Rubens, Frans Francken II, os irmão Pieter e Jan Frans van Bloemen e exemplares ligados à produção de David Teniers II ou Godefridus Schalcken. Escultura, cerâmica, ourivesaria e mobiliários são igualmente núcleos que abrigam exemplares de enorme importância e que pedem visita atenta.
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