CONCERTO: “9ª Sinfonia de
Beethoven”
Philharmonischer Kammerchor Berlin &
Orquestra Filarmónica Portuguesa
Maestro | Osvaldo
FerreiraSoprano | Sarah Behrendt
Mezzo-soprano | Lisa Wedekind
Tenor | Marco Alves dos Santos
Barítono | Christian Oldenburg
43º FIMUV – Festival
Internacional de Música de Paços de Brandão
Grande Auditório do Europarque – Santa Maria da Feira
09 Jan 2020 | dom | 17:30Grande Auditório do Europarque – Santa Maria da Feira
Quando se comemoram os 250 anos sobre o nascimento desse génio musical alemão que foi Beethoven, a Orquestra Filarmónica Portuguesa convidou o Coro de Câmara de Berlim e os solistas Sarah Behrendt, Lisa Wedekind, Marco Alves dos Santos e Christian Oldenburg para a interpretação da última sinfonia completa deste notável compositor, a Sinfonia nº 9 em Ré menor, Op. 125, também conhecida como “Coral”, “Nona Sinfonia” ou, simplesmente, “A Nona”. Inserido na programação do 43º FIMUV - Festival Internacional de Música de Paços de Brandão, organizado pelo CiRAC – Círculo Recreio, Arte e Cultura de Paços de Brandão, em parceria com a Festa das Fogaceiras 2020 – Santa Maria da Feira, o concerto chamou ao palco mais de 120 executantes, entre o coro e instrumentistas, dando corpo a uma obra exaltante, com tanto de significado como de vivacidade e magnificência.
O Coro de Câmara de Berlim tem-se posicionado, desde a sua fundação, como um dos mais extraordinários coros desta cidade alemã, provando isso mesmo perante uma plateia bem composta numa das melhores salas de toda a região norte. Embora a sua prestação se resumisse ao último andamento da obra, estes ambiciosos jovens estudantes de canto, na sua maioria, tiveram um desempenho com tanto de inspirador como de significativo, revelador do seu amor pela música coral, ao mais alto nível. Por seu lado, a muito jovem Orquestra Filarmónica Portuguesa, sob a direcção do maestro Osvaldo Ferreira, mostrou-se a um nível muito alto, os seus integrantes a honrarem um projecto diferenciador e inovador e a mostrarem o porquê de serem, na sua maioria, jovens instrumentistas premiados em concursos nacionais e internacionais.
O resto é essa maravilhosa sinfonia que nos transporta para outra dimensão. Desde logo romântica, coroada pelo extraordinário poema de Schiller que é a Ode à Alegria - aconselha-se o exercício de ler o poema e tentar acompanhar a música simultaneamente, porque a incarnação musical do poema, a genealidade de Beethoven na forma como o coloca em cena e os versos de Schiller são emotivos e comovedores. Do ponto de vista histórico, representa um salto desmesurado em todos os sentidos. Orquestralmente o naipe de instrumentos é muito mais vasto, incluindo piccolo e contrafagote, quatro trompas, três trombones e uma mais vasta secção de percussão. Mas mais que isso, tem coro, tem solistas, e tem uma duração de uma hora e 15 minutos que ultrapassa todos os limites da época. É Beethoven a superar-se a si próprio, a ir mais longe, a sobrepujar o seu tempo e a empurrar a música para um tempo que não chegará a viver, mantendo-se como figura tutelar determinante até aos dias de hoje.
[Foto: Europarque | facebook.com/Europarque/]
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