CINEMA: “Joker”
Realização
| Todd PhillipsArgumento | Todd Phillips, Scott Silver
Fotografia | Lawrence Sher
Montagem | Jeff Groth
Interpretação | Joaquin Phoenix, Robert De Niro, Zazie Beetz, Frances Conroy, Brett Cullen, Shea Whigham, Bill Camp, Glenn Fleshler, Leigh Gill, Josh Pais, Rocco Luna, Marc Maron, Sondra James
Produção | Bradley Cooper, Todd Phillips, Emma Tillinger Koskoff
Estados Unidos | 2019 | Crime, Drama, Thriller | 122 Minutos | M/14
UCI Arrábida 20 – Sala 4
27 Jan 2020 | seg | 15:05
Gotham City, 1981.
Arthur Fleck é um actor que sofre de perturbações mentais e que
vive com a mãe, uma mulher que trabalhou há muito tempo atrás para
o milionário Thomas Wayne, e que se encontra bastante doente. Numa
cidade em conflito, tendo perdido o emprego e vendo agravar-se a
saúde da mãe, Arthur mata três jovens de Wall Street que pensavam
que, com o seu riso descontrolado, estava a gozar com eles.
Embarcando numa espiral de violência, este é o início da sua
incursão no mundo do crime, impulsionada pela loucura e pelo
descontentamento social.
Autor das resenhas cómicas de
Bradley Cooper e companhia, Todd Phillips escreveu e dirigiu este
filme sobre o Joker, o vilão (ou antivilão) mais conhecido da
história da BD. Revelando a génese obscura da personagem
contraponto de Batman, “Joker” pretende ser um drama psicológico
centrado num desditoso alienado que converte o crime em catarse, a
frustração em niilismo. Caso para dizer que de boas intenções
está o inferno cheio, já que o filme envereda por caminhos que
banalizam a violência e parecem ir ao encontro do lugar-comum, neste
caso a doença como forma de desculpabilização para os actos mais
hediondos.
Joaquin Phoenix, num papel a pedir máxima lucidez física e mental, esforça-se por transmitir os traumas e transtornos crescentes do protagonista, forçando o sorriso ao espelho e bailando ao som de Gary Glitter, numa delirante purga de emoções. Contudo, não consegue deixar de se enebriar com as nuances da personagem e aquilo que se pretendia contido acaba por surgir caricatural. Sombrio, pesado, com rasgos de humor negro, o filme distancia-se das personagens secundárias, utilizando-as unicamente como forma de acentuar o desequilíbrio emocional do Joker e justificar o trágico nascimento do herói Batman, aqui residindo, do meu ponto de vista, a única grande virtude do filme. De resto, nem a origem das perturbações que afligem o Joker é propriamente original, nem o clima de crise social, detonador potente do caos e anarquia que envolvem o filme, consegue escapar ao rótulo de pueril. De um filme com onze nomeações na corrida aos Óscares talvez fosse de esperar um pouco mais. Ou talvez não!
Joaquin Phoenix, num papel a pedir máxima lucidez física e mental, esforça-se por transmitir os traumas e transtornos crescentes do protagonista, forçando o sorriso ao espelho e bailando ao som de Gary Glitter, numa delirante purga de emoções. Contudo, não consegue deixar de se enebriar com as nuances da personagem e aquilo que se pretendia contido acaba por surgir caricatural. Sombrio, pesado, com rasgos de humor negro, o filme distancia-se das personagens secundárias, utilizando-as unicamente como forma de acentuar o desequilíbrio emocional do Joker e justificar o trágico nascimento do herói Batman, aqui residindo, do meu ponto de vista, a única grande virtude do filme. De resto, nem a origem das perturbações que afligem o Joker é propriamente original, nem o clima de crise social, detonador potente do caos e anarquia que envolvem o filme, consegue escapar ao rótulo de pueril. De um filme com onze nomeações na corrida aos Óscares talvez fosse de esperar um pouco mais. Ou talvez não!
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