[Clicar na imagem para ver mais fotos]
EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA: “O Céu
Debaixo dos Nossos Pés”,
de Luís Afonso
15º Encontro de Fotografia Cidade
de Ovar
Centro de Arte de Ovar
09 Nov 2019 > 17 Jan 2020
“Eu quero que as fotografias que faço
e publico sejam sobre esta pedra ou esta árvore, em vez de serem
desta pedra ou desta árvore em particular.”
Para Luís Afonso, a fotografia começou
por ser “uma brincadeira com algum glamour”. Estávamos em 1995
e, quase por acaso, tinha início a sua viagem pelo universo da arte
de congelar o instante. Uma viagem centrada, nesses primeiros anos,
na fotografia de rua e que, a partir de 2006, passou a ter como foco
principal as paisagens naturais. Das pessoas para as montanhas, da
rua para a praia, das praças para as florestas, o cenário era agora
outro, mas o objectivo da fotografia de Luís Afonso permanecia o
mesmo: a ilustração da realidade com a qual se deparava, a busca
“daquela” fotografia e – porque o ego também conta - a
construção de imagens bonitas que gerassem um estimulante número
de “likes”.
Porém, como em todas as viagens,
chega-se a um tempo em que imperioso se torna definir claramente o
destino de cada um. Já não chega simplesmente navegar sem rumo e ir
parando e voltando a entrar onde calha e com quem calha. E foi numa
dessas viagens únicas, ao interior de si mesmo, que o fotógrafo se
deu conta que a importância dada às ferramentas usadas e aos
aspectos técnicos e estéticos da sua fotografia acabava por
resumi-lo a um “fotocopiador da natureza”. Quedar-se pelo
ornamento era redutor e Luís Afonso queria, antes, ser parte activa
na criação de uma narrativa dos objectos que decidia fotografar.
Queria, acima de tudo, caminhar rumo a um admirável novo destino: o
da subjectividade da criação artística.
Quem observa a série de imagens
patentes ao público, por estes dias, na galeria de exposições do
Centro de Artes de Ovar, percebe claramente o caminho que Luís
Afonso decidiu trilhar, bem como a diferença entre ser-se “artista”
ou um mero “ilustrador”. O seu olhar e, mais do que isso, a sua
forma de dar a ver uma natureza que nos é tão próxima, faz de cada
fotografia um momento de descoberta e deleite, ditado pelo gosto e
pela sensibilidade de quem observa. Do impressionismo mais requintado
ao abstracionismo puro e duro, é de arte no seu estado natural que falamos quando falamos da fotografia de Luís Afonso. Cada imagem
é um poema, cada poema um manancial de emoções. A mostra estará
patente até ao dia 17 de Janeiro de 2020 e é obrigatório conhecer o trabalho deste fotógrafo.
Valerá a pena acrescentar que, partilhando o mesmo espaço, há um outro belíssimo conjunto de imagens para ser saboreado, decorrente do Concurso de Fotografia integrado nesse evento maior que é o “Ambiente Imagens Dispersas”, promovido pela Associação Amigos do Cáster. O “dois-em-um”
perfeito para amantes do belo que reside na natureza e na arte.
Sem comentários:
Enviar um comentário