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segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA: "O Céu Debaixo dos Nossos Pés"


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EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA: “O Céu Debaixo dos Nossos Pés”,
de Luís Afonso
15º Encontro de Fotografia Cidade de Ovar
Centro de Arte de Ovar
09 Nov 2019 > 17 Jan 2020


“Eu quero que as fotografias que faço e publico sejam sobre esta pedra ou esta árvore, em vez de serem desta pedra ou desta árvore em particular.”

Para Luís Afonso, a fotografia começou por ser “uma brincadeira com algum glamour”. Estávamos em 1995 e, quase por acaso, tinha início a sua viagem pelo universo da arte de congelar o instante. Uma viagem centrada, nesses primeiros anos, na fotografia de rua e que, a partir de 2006, passou a ter como foco principal as paisagens naturais. Das pessoas para as montanhas, da rua para a praia, das praças para as florestas, o cenário era agora outro, mas o objectivo da fotografia de Luís Afonso permanecia o mesmo: a ilustração da realidade com a qual se deparava, a busca “daquela” fotografia e – porque o ego também conta - a construção de imagens bonitas que gerassem um estimulante número de “likes”.

Porém, como em todas as viagens, chega-se a um tempo em que imperioso se torna definir claramente o destino de cada um. Já não chega simplesmente navegar sem rumo e ir parando e voltando a entrar onde calha e com quem calha. E foi numa dessas viagens únicas, ao interior de si mesmo, que o fotógrafo se deu conta que a importância dada às ferramentas usadas e aos aspectos técnicos e estéticos da sua fotografia acabava por resumi-lo a um “fotocopiador da natureza”. Quedar-se pelo ornamento era redutor e Luís Afonso queria, antes, ser parte activa na criação de uma narrativa dos objectos que decidia fotografar. Queria, acima de tudo, caminhar rumo a um admirável novo destino: o da subjectividade da criação artística.

Quem observa a série de imagens patentes ao público, por estes dias, na galeria de exposições do Centro de Artes de Ovar, percebe claramente o caminho que Luís Afonso decidiu trilhar, bem como a diferença entre ser-se “artista” ou um mero “ilustrador”. O seu olhar e, mais do que isso, a sua forma de dar a ver uma natureza que nos é tão próxima, faz de cada fotografia um momento de descoberta e deleite, ditado pelo gosto e pela sensibilidade de quem observa. Do impressionismo mais requintado ao abstracionismo puro e duro, é de arte no seu estado natural que falamos quando falamos da fotografia de Luís Afonso. Cada imagem é um poema, cada poema um manancial de emoções. A mostra estará patente até ao dia 17 de Janeiro de 2020 e é obrigatório conhecer o trabalho deste fotógrafo. Valerá a pena acrescentar que, partilhando o mesmo espaço, há um outro belíssimo conjunto de imagens para ser saboreado, decorrente do Concurso de Fotografia integrado nesse evento maior que é o Ambiente Imagens Dispersas, promovido pela Associação Amigos do Cáster. O “dois-em-um” perfeito para amantes do belo que reside na natureza e na arte.

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