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sábado, 23 de novembro de 2019

EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA: "Prémio Estação Imagem 2019 Coimbra"


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EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA: “Prémio Estação Imagem 2019 Coimbra”
Vários autores
Centro Português de Fotografia
09 Nov 2019 > 22 Mar 2020


O Centro Português de Fotografia volta a abrigar as imagens vencedoras do Prémio Estação Imagem, pelo segundo ano consecutivo tendo Coimbra como palco. A mostra, que engloba um conjunto de 121 belíssimas fotos, dá-nos a ver os trabalhos de Leonel de Castro, Óscar Corral, Gonçalo Lobo Pinheiro, Rui Oliveira, João Porfírio, Rodrigo Cabrita, Gonçalo Fonseca, Arlindo Camacho, Octávio Passos, Mário Cruz, Ricardo Lopes, Tono Arias e Eduardo Leal, abraçando temas tão diversos como “Notícias”, “Assuntos Contemporâneos”, “Vida Quotidiana”, “Arte e Espectáculos”, “Ambiente”, “Série de Retratos”, “Desporto” e “Prémio Europa”, para além, naturalmente, do Prémio “Fotografia do Ano”, que este ano foi atribuído a Leonel de Castro com a imagem “Mulher Berber”.

Detalhando um pouco daquilo que pode ser visto nesta exposição, começo precisamente por “Mulher Berber”, uma imagem que Leonel de Castro captou em Marrocos e sobre a qual diz o seguinte: “A mulher muçulmana tem poucos direitos e muitos deveres. Desde as obrigações domésticas e familiares à hora de decidir o que vestir, todas as escolhas estão sujeitas ao escrutínio do marido. Em Marrocos, terra de cores quentes e muçulmanos de sorriso fácil, as mulheres do campo não são iguais às da cidade. As mulheres do campo são feitas de muito trabalho e poucas escolhas, num país em que a poligamia é um direito sem deveres.” É também dele o trabalho “Almas”, vencedor do Prémio “Estação Imagem 2019”, e que narra, em dez imagens cruas, o dia a dia de alguns dos 800.000 cuidadores informais que existem em Portugal. São “histórias em que a total necessidade de uns obriga à total entrega de outros (…) mesmo que sem meios, sem tempo, sem dinheiro, sem o amparo necessário nas horas de maior aflição. Cuidam porque amam, amam porque cuidam”. E tudo isto num país onde, apesar de aprovado, o estatuto do cuidador continua sem sair da gaveta.

O Prémio “Notícias” coube a João Porfírio, com a reportagem “A Imagem do Terror Tem Som”. Nela, o autor traz-nos um vislumbre do incêndio que, no dia 10 de Agosto de 2018, devastou largas áreas de floresta dos concelhos de Monchique, Silves e Portimão, reduzindo a cinzas 27 mil hectares e provocando 41 feridos. O Prémio “Assuntos Contemporâneos” coube a Rodrigo Cabrita com “Doença Maldita”, uma série de imagens colhidas no Instituto Português de Oncologia e que retratam várias perspectivas da doença. Com “Volta Ao Mundo de Uma Família Açoriana”, Arlindo Camacho acompanhou a viagem de circun-navegação à vela de um casal e os seus dois filhos, conquistando o Prémio “Vida Quotidiana”. Octávio Passos marcou presença nas celebrações da Semana Santa em Zamora (Espanha), trazendo-nos nove imagens estupendas que lhe valeram o Prémio “Artes e Espectáculos”. O Prémio “Ambiente” foi para Mário Cruz com a reportagem “Viver Entre O Que É Deixado para Trás” e que retrata o esgoto em que se transformou o Rio Pasig, outrora o centro económico de Manila (Filipinas). Ricardo Lopes conquistou o Prémio “Série de Retratos” ao dirigir a sua atenção para os cidadãos são-tomenses que habitam o Bairro da Torre, em Camarate, numa série à qual deu o nome de “Torre – Viver na Escuridão”. Com os corajosos surfistas em pano de fundo, “Canhão da Nazaré”, de Octávio Passos, recebeu o Prémio “Desporto”.

Rui Oliveira foi o vencedor do Prémio “Prémio Europa”, com a reportagem “Romeiros”. Através dela podemos descortinar dezenas de homens, irmãos de alma, alinhados pelos trilhos da Ilha de São Miguel, nos Açores, com a certeza de que a fé será sempre mais forte do que o nevoeiro que tende a encobri-los de madrugada. Mantendo vivo um ritual sagrado, realizado há mais de cinco séculos, visitam os locais de culto religioso da ilha e rezam por eles, pelos seus e por aqueles com quem se cruzam no caminho. Uma palavra ainda para as Menções Honrosas atribuídas a Óscar Corral e a Gonçalo Lobo Pinheiro, no âmbito do Prémio “Fotografia do Ano”, com “Transfer” e “Esperança e Crença”, respectivamente. Também Gonçalo Fonseca recebeu uma Menção Honrosa pela sua reportagem “Bazaar de Órgãos”, na qual fala do negócio do transplante de órgãos na Índia. Tono Arias recebeu também uma Menção Honrosa da “Série de Retratos” com a reportagem “Encarnados”, onde oferece a sua visão muito particular sobre a forma como o entrudo é vivido em algumas aldeias da Galiza. Por fim, na secção “Desporto”, a Menção Honrosa coube a Eduardo Leal com “Dentro do Ring”, dando a ver mulheres lutando Muay Thai num ringue na Tailândia, algo que seria impossível há quinze anos atrás. Tudo para ver no Centro Português de Fotografia (antiga Cadeia da Relação do Porto), até 22 de Março de 2020.

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