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EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA: “Prémio
Estação Imagem 2019 Coimbra”
Vários autores
Centro Português de Fotografia
09 Nov 2019 > 22 Mar 2020
O Centro Português de Fotografia volta
a abrigar as imagens vencedoras do Prémio Estação Imagem, pelo
segundo ano consecutivo tendo Coimbra como palco. A mostra, que
engloba um conjunto de 121 belíssimas fotos, dá-nos a ver os
trabalhos de Leonel de Castro, Óscar Corral, Gonçalo Lobo Pinheiro,
Rui Oliveira, João Porfírio, Rodrigo Cabrita, Gonçalo Fonseca,
Arlindo Camacho, Octávio Passos, Mário Cruz, Ricardo Lopes, Tono
Arias e Eduardo Leal, abraçando temas tão diversos como “Notícias”,
“Assuntos Contemporâneos”, “Vida Quotidiana”, “Arte e
Espectáculos”, “Ambiente”, “Série de Retratos”,
“Desporto” e “Prémio Europa”, para além, naturalmente, do
Prémio “Fotografia do Ano”, que este ano foi atribuído a Leonel de
Castro com a imagem “Mulher Berber”.
Detalhando um pouco daquilo que pode
ser visto nesta exposição, começo precisamente por “Mulher
Berber”, uma imagem que Leonel de Castro captou em Marrocos e sobre
a qual diz o seguinte: “A mulher muçulmana tem poucos direitos e
muitos deveres. Desde as obrigações domésticas e familiares à
hora de decidir o que vestir, todas as escolhas estão sujeitas ao
escrutínio do marido. Em Marrocos, terra de cores quentes e
muçulmanos de sorriso fácil, as mulheres do campo não são iguais
às da cidade. As mulheres do campo são feitas de muito trabalho e
poucas escolhas, num país em que a poligamia é um direito sem
deveres.” É também dele o trabalho “Almas”, vencedor do
Prémio “Estação Imagem 2019”, e que narra, em dez imagens
cruas, o dia a dia de alguns dos 800.000 cuidadores informais que
existem em Portugal. São “histórias em que a total necessidade de
uns obriga à total entrega de outros (…) mesmo que sem meios, sem
tempo, sem dinheiro, sem o amparo necessário nas horas de maior
aflição. Cuidam porque amam, amam porque cuidam”. E tudo isto num
país onde, apesar de aprovado, o estatuto do cuidador continua sem
sair da gaveta.
O Prémio “Notícias” coube a João
Porfírio, com a reportagem “A Imagem do Terror Tem Som”. Nela, o
autor traz-nos um vislumbre do incêndio que, no dia 10 de Agosto de 2018,
devastou largas áreas de floresta dos concelhos de Monchique, Silves
e Portimão, reduzindo a cinzas 27 mil hectares e provocando 41
feridos. O Prémio “Assuntos Contemporâneos” coube a Rodrigo
Cabrita com “Doença Maldita”, uma série de imagens colhidas no
Instituto Português de Oncologia e que retratam várias perspectivas
da doença. Com “Volta Ao Mundo de Uma Família Açoriana”,
Arlindo Camacho acompanhou a viagem de circun-navegação à vela de
um casal e os seus dois filhos, conquistando o Prémio “Vida
Quotidiana”. Octávio Passos marcou presença nas celebrações da Semana
Santa em Zamora (Espanha), trazendo-nos nove imagens estupendas que lhe
valeram o Prémio “Artes e Espectáculos”. O Prémio “Ambiente”
foi para Mário Cruz com a reportagem “Viver Entre O Que É Deixado
para Trás” e que retrata o esgoto em que se transformou o Rio
Pasig, outrora o centro económico de Manila (Filipinas). Ricardo
Lopes conquistou o Prémio “Série de Retratos” ao dirigir a sua
atenção para os cidadãos são-tomenses que habitam o Bairro da
Torre, em Camarate, numa série à qual deu o nome de “Torre –
Viver na Escuridão”. Com os corajosos surfistas em pano de fundo,
“Canhão da Nazaré”, de Octávio Passos, recebeu o Prémio
“Desporto”.
Rui Oliveira foi o vencedor do Prémio
“Prémio Europa”, com a reportagem “Romeiros”. Através dela
podemos descortinar dezenas de homens, irmãos de alma, alinhados
pelos trilhos da Ilha de São Miguel, nos Açores, com a certeza de
que a fé será sempre mais forte do que o nevoeiro que tende a
encobri-los de madrugada. Mantendo vivo um ritual sagrado, realizado
há mais de cinco séculos, visitam os locais de culto religioso da
ilha e rezam por eles, pelos seus e por aqueles com quem se cruzam no
caminho. Uma palavra ainda para as Menções Honrosas atribuídas a
Óscar Corral e a Gonçalo Lobo Pinheiro, no âmbito do Prémio
“Fotografia do Ano”, com “Transfer” e “Esperança e
Crença”, respectivamente. Também Gonçalo Fonseca recebeu uma
Menção Honrosa pela sua reportagem “Bazaar de Órgãos”, na
qual fala do negócio do transplante de órgãos na Índia. Tono
Arias recebeu também uma Menção Honrosa da “Série de Retratos”
com a reportagem “Encarnados”, onde oferece a sua visão muito
particular sobre a forma como o entrudo é vivido em algumas aldeias
da Galiza. Por fim, na secção “Desporto”, a Menção Honrosa
coube a Eduardo Leal com “Dentro do Ring”, dando a ver mulheres
lutando Muay Thai num ringue na Tailândia, algo que seria impossível
há quinze anos atrás. Tudo para ver no Centro Português de
Fotografia (antiga Cadeia da Relação do Porto), até 22 de Março
de 2020.
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