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EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA: “Garden
of Delight”,
de Nick Hannes
Encontros da Imagem de Braga 2019
Nova Galeria do Largo do Paço
14 Set > 27 Out 2019
O Dubai é um dos sete territórios do
Golfo Pérsico que, no seu conjunto, formam os Emirados Árabes
Unidos. Até à década de 1960, não possuía electricidade nem água
corrente. Foi a descoberta do petróleo em 1966 que desencadeou a
onda de modernização que mudaria drasticamente o rosto desta até
então inóspita extensão de deserto. Em tempo recorde, o Dubai
transformou-se numa cidade global que deixou de depender do próprio
petróleo: o comércio, o imobiliário, o turismo e os
transportes tornaram-se os seus sectores económicos mais
importantes. A população também cresceu exponencialmente,
aumentando de 183.000 habitantes em 1975 para quase três milhões
hoje. Destes, apenas 10% são nativos dos Emirados, sendo os
restantes expatriados que aqui residem e trabalham temporariamente.
Só mais um dado interessante: 75% da população é do sexo masculino.
Nascido em Antuérpia, em 1974, o fotógrafo Nick Hannes viajou para o Dubai cinco vezes entre 2016 e 2018, a fim de testar a sua relutância e preconceito relativamente ao território. Rapidamente ficou claro que o Dubai representava uma forma extremada dos temas que ele vinha a abordar há anos. A cidade foi um estudo de caso num processo de urbanização rápida e voltada para o mercado, transformando-se no mais recente local de diversão da globalização e do capitalismo sem limites ou ética; ou, dito de outra forma, o Dubai é hoje um descontrolado salão de entretenimento, meticulosamente projectado para servir o consumismo desenfreado. “Garden of Delight”, o extraordinário conjunto de apontamentos fotográficos patentes em duas salas da Nova Galeria do Largo do paço, em Braga, por altura dos recentes Encontros da Imagem, são disso a prova provada. As fotografias de Hannes funcionam como um bisturi afiado que usa o humor e a ironia para dissecar esta metrópole futurista.
Nascido em Antuérpia, em 1974, o fotógrafo Nick Hannes viajou para o Dubai cinco vezes entre 2016 e 2018, a fim de testar a sua relutância e preconceito relativamente ao território. Rapidamente ficou claro que o Dubai representava uma forma extremada dos temas que ele vinha a abordar há anos. A cidade foi um estudo de caso num processo de urbanização rápida e voltada para o mercado, transformando-se no mais recente local de diversão da globalização e do capitalismo sem limites ou ética; ou, dito de outra forma, o Dubai é hoje um descontrolado salão de entretenimento, meticulosamente projectado para servir o consumismo desenfreado. “Garden of Delight”, o extraordinário conjunto de apontamentos fotográficos patentes em duas salas da Nova Galeria do Largo do paço, em Braga, por altura dos recentes Encontros da Imagem, são disso a prova provada. As fotografias de Hannes funcionam como um bisturi afiado que usa o humor e a ironia para dissecar esta metrópole futurista.
O que permanece, segundo as palavras do arquitecto holandês Rem Koolhaas, é uma “cidade genérica”, sem história, personalidade ou identidade; uma cidade que é “indiferente aos seus habitantes”. Para Hannes, é um lugar onde “as actividades humanas são reduzidas ao seu valor económico”. O artista holandês Hieronymous Bosch pintou o icónico tríptico “Garden of Earthly Delights” (“Jardim das Delícias Terrenas”) há mais de 500 anos atrás. O painel central mostra um falso paraíso, mesmo antes da queda. É uma imagem distópica à qual Hannes - desde a sua posição de intruso - gosta de se referir. Ele mostra o Dubai como um “Theatrum Mundi”, umas vezes com desânimo, outras com perplexidade, mas sempre com o desejo de o compreender. Será o modelo do Dubai económica e socialmente sustentável - ou ainda estamos, 500 anos depois de Bosch, a viver no mesmo teatro mal-agoirado do mundo?
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