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segunda-feira, 18 de março de 2019

CINEMA: "A Favorita"



CINEMA: “A Favorita” / “The Favourite”
Realização | Yorgos Lanthimos
Argumento | Deborah Davis, Tony McNamara
Fotografia | Robbie Ryan
Montagem | Yorgos Mavropsaridis
Interpretação | Olivia Colman, Rachel Weisz, Emma Delves, Faye Daveney, Emma Stone, Nicholas Hoult, Mark Gatiss, Paul Swaine
Produção | Ceci Dempsey, Ed Guiney, Yorgos Lanthimos, Lee Magiday
Irlanda, Reino Unido, Estados Unidos | 2018 | Biografia, Comédia, Drama | 119 minutos | M/16
UCI Arrábida 20 | Sala 8
18 Mar 2019 | seg | 16:10


São várias as opiniões que dão nota de “A Favorita” ser o filme mais acessível de Yorgos Lanthimos. Talvez seja esta uma verdade para um público menos familiarizado com o trabalho do realizador, o que não significa que este seja um filme simples ou que não tenha a força dos seus trabalhos anteriores. Conceda-se que a trama do filme pareça ser, neste caso, mais simples. Mas nem sempre o que parece é, como ficará demonstrado pelo torvelinho de emoções, paixões e lutas pelo poder a que Lanthimos nos submete ao longo de duas horas do melhor cinema.

A acção transporta-nos aos inícios do século XVIII, quando uma rainha, que se comporta as mais das vezes como uma menina mimada, entrega todas as decisões importantes do reino nas mãos duma mulher da nobreza que lhe é particularmente próxima. Mas a chegada de uma nova criada fará mudar de prisma as atenções da soberana, levando a uma profunda alteração da ordem na corte. Enquanto isso, a guerra debilita a nação e assiste-se a uma enorme divisão no parlamento entre os partidários da guerra e aqueles que erguem a sua voz em favor da paz. Só que a verdadeira guerra está dentro do palácio…

Mesmo não tendo visto todas as demais candidatas ao Óscar de Melhor Interpretação Feminina – à excepção de Glenn Close em “A Mulher” e de Yalitza Aparicio em “Roma” – diria que a estatueta está muito bem entregue a Olivia Colman. De menina malcriada a mulher decadente e a líder perdida, as suas transformações, drásticas ou subtis, empurram as restantes personagens por caminhos surpreendentes e inesperados. À altura de Colman está o restante leque de actores, sobretudo Rachel Weiss e Emma Stone, que bem poderiam figurar também na corrida ao Óscar. A fotografia (que nos remete continuamente para Kubrick e para o seu “Barry Lyndon”) é outro dos grandes trunfos do filme, nomeadamente o uso da grande angular a dar-nos novas perspectivas sobre a acção. Cinema como fonte de entretenimento no seu melhor, “A Favorita” é um daqueles filmes que apetece ver repetidamente, na certeza de que a um novo visionamento corresponderão distintas e surpreendentes novidades. A não perder!

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