CINEMA: “A Favorita” / “The Favourite”
Realização | Yorgos Lanthimos
Argumento |
Deborah Davis, Tony McNamara
Fotografia | Robbie Ryan
Montagem
| Yorgos Mavropsaridis
Interpretação | Olivia Colman, Rachel
Weisz, Emma Delves, Faye Daveney, Emma Stone, Nicholas Hoult, Mark
Gatiss, Paul Swaine
Produção | Ceci Dempsey, Ed Guiney, Yorgos Lanthimos, Lee
Magiday
Irlanda, Reino Unido, Estados Unidos | 2018 | Biografia,
Comédia, Drama | 119 minutos | M/16
UCI Arrábida 20 | Sala 8
18
Mar 2019 | seg | 16:10
São várias as opiniões que
dão nota de “A Favorita” ser o filme mais acessível de Yorgos
Lanthimos. Talvez seja esta uma verdade para um público menos
familiarizado com o trabalho do realizador, o que não significa que
este seja um filme simples ou que não tenha a força dos seus
trabalhos anteriores. Conceda-se que a trama do filme pareça ser,
neste caso, mais simples. Mas nem sempre o que parece é, como ficará
demonstrado pelo torvelinho de emoções, paixões e lutas pelo poder
a que Lanthimos nos submete ao longo de duas horas do melhor
cinema.
A acção transporta-nos aos inícios do século
XVIII, quando uma rainha, que se comporta as mais das vezes como uma
menina mimada, entrega todas as decisões importantes do reino nas
mãos duma mulher da nobreza que lhe é particularmente próxima. Mas
a chegada de uma nova criada fará mudar de prisma as atenções da
soberana, levando a uma profunda alteração da ordem na corte.
Enquanto isso, a guerra debilita a nação e assiste-se a uma enorme
divisão no parlamento entre os partidários da guerra e aqueles que
erguem a sua voz em favor da paz. Só que a verdadeira guerra está
dentro do palácio…
Mesmo não tendo visto todas as demais
candidatas ao Óscar de Melhor Interpretação Feminina – à
excepção de Glenn Close em “A Mulher” e de Yalitza Aparicio em
“Roma” – diria que a estatueta está muito bem entregue a
Olivia Colman. De menina malcriada a mulher decadente e a líder
perdida, as suas transformações, drásticas ou subtis, empurram as
restantes personagens por caminhos surpreendentes e inesperados. À
altura de Colman está o restante leque de actores, sobretudo Rachel
Weiss e Emma Stone, que bem poderiam figurar também na corrida ao
Óscar. A fotografia (que nos remete continuamente para Kubrick e
para o seu “Barry Lyndon”) é outro dos grandes trunfos do filme,
nomeadamente o uso da grande angular a dar-nos novas perspectivas
sobre a acção. Cinema como fonte de entretenimento no seu melhor,
“A Favorita” é um daqueles filmes que apetece ver repetidamente,
na certeza de que a um novo visionamento corresponderão distintas e
surpreendentes novidades. A não perder!
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