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segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

CONCERTO: Sara Tavares



CONCERTO: Sara Tavares
“Concertos Íntimos”
Cine-Teatro de Estarreja
19 Jan 2019 | Sab | 21:30


Foi uma casa cheia aquela que deu as boas vindas a Sara Tavares no primeiro “Concerto Íntimo” deste novo ano no Cine-Teatro de Estarreja. Ao carinho do público, respondeu a cantora e compositora portuguesa de ascendência cabo-verdiana com a sua magnífica voz e com uma postura cativante, mantendo um diálogo constante com os presentes, partilhando com eles histórias e memórias e convidando-os a “mexer o esqueleto” ao som da sua música. Quebrado o “friozinho” inicial, o público foi-se soltando, batendo palmas, afinando a voz e ensaiando refrões, chegando ao final do concerto de alma cheia, de pé e a dançar, numa demonstração clara de completa adesão às propostas da cantora.

Quinto álbum de Sara Tavares, “Fitxadu” (“fechado”, em crioulo cabo-verdiano) foi a verdadeira “espinha dorsal” dum alinhamento que incluiu quinze temas (um dos quais interpretado na única vez que a cantora regressou ao palco) e se saldou por cem minutos de harmonia, alegria e ritmo. Cavalgando uma “Onda de Som”, “So Sabi” deu o mote, a cantora a explicar que as duas palavras, em crioulo, representam “um estado de espírito” e significam “estar livre, relaxado, num estado de alma de bem consigo mesmo, de aceitação”. E foi assim nesta música, como nos intimistas “Para Sempre Amor” - com letra e música de Bilan – e “Ter Peito e Espaço”. Seguiu-se o lindíssimo “Brincar de Casamento”, um poema doce e delicado - “Podemos aproveitar / Podemos então largar / Essa manha, esse vai não vem / Que nos demora / Quero buscar dentro de ti todo um incêndio” -, a mente a libertar-se das agruras do mundo e a mergulhar num mar de calma e de felicidade.

Depois de “Ginga”, uma morna longa e apaixonada, Sara Tavares deixou por momentos o álbum “Fitxadu”, recuando a 2005 e a um dos seus maiores êxitos, “Balancê” (tema que dá nome ao seu segundo álbum de estúdio), aproveitando a deixa para descobrir uma Maria José entre a assistência. Ao álbum “Xinti” (2009), foi a cantora buscar “Ponto de Luz”, outro dos seus temas mais queridos, assim como “Problema de Expressão”, “roubado” a Carlos Tê e aos Clã, um tema que abre o álbum “Voz e Guitarra 2”, de 2013. “Coisas Bunitas” marcou o regresso a “Fitxadu”, seguido de “Bué (Você é...)”, de “Flutuar” - “Quando Deus bate palmas, a gente dança / Quando Deus bate palmas, o mundo balança” -, ainda do popularíssimo “Bom Feeling” e do tema que dá nome ao álbum, a marcar um final batido, vivido e sentido. Prestes a completar 41 anos, Sara Tavares demonstra uma forma invejável, mais solta em palco, sempre positiva, a mexer e a fazer mexer. Junta isso á sua lindíssima voz, o que faz de cada concerto um momento de alegria e de compromisso com a música. Um momento feliz!

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