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sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

CINEMA: "Ou Nadas ou Afundas"



CINEMA: “Ou Nadas ou Afundas” / “Le Grand Bain”
Realização | Gilles Lellouche
Argumento | Ahmed Hamidi, Julien Lambroschini, Gilles Lellouche
Fotografia | Laurent Tangy
Montagem | Simon Jacquet
Interpretação | Mathieu Amalric, Guillaume Canet, Benoît Poelvoorde, Jean-Hughes Anglade, Virginie Efira, Leïla Bekhti, Marina Föis, Philippe Katerine, Félix Moati, Alban Ivanov
Produção | Alain Attal, Hugo Sélignac
França | 2018 | Comédia, Drama, Desporto | 122 Minutos | M/14
Cine-Teatro de Estarreja
27 Dez 2018 | qui | 21:30


Confrontados com uma angustiante crise de meia-idade, meia dúzia de quarentões decidem inscrever-se na primeira equipa de natação sincronizada da piscina local. O facto de se estarem a imiscuir num universo quase exclusivamente feminino, faz aumentar o cepticismo e o gozo de todos à sua volta, tornando as coisas ainda mais difíceis. Mas sob a orientação de duas antigas campeãs da modalidade, também elas pessoas em crise, o grupo acabará por se lançar numa aventura improvável, fazendo com que a autoestima seja recuperada e a sua vida volte a ganhar algum sentido.

Primeira incursão na realização do actor francês Gilles Lellouche, “Ou Nadas ou Afundas” surge ancorado num argumento divertido e perfeitamente equilibrado. O espaço da piscina desempenha um papel primordial no filme, ali se reunindo as personagens nos momentos-chave, proporcionando situações à vez ternas, positivas e tocantes, perfeitas na forma como entrecortam as cenas mais intimistas ou dramáticas. Mas é do excepcional casting que o filme retira a sua grande força, com os actores a investirem de forma intensa nestas personagens perdidas dos tempos modernos.

Dirigindo o olhar sobre uma modalidade desportiva extremamente visual, o realizador mostra-se igualmente à vontade na forma como oferece um conjunto de imagens de enorme beleza estética. Aí se inserem os planos debaixo de água, com uma conotação simbólica muito forte, tanto para as personagens como para o espectador. Misturando as lágrimas e o riso, o filme vai muito além da simples exploração do nome dos actores ou do seu conceito de união e camaradagem, do tipo “Full Monty”. Uma primeira obra de Gilles Lellouche perfeitamente estimável e que o coloca, desde já, na lista dos realizadores a seguir com atenção.

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