CINEMA: “Ou Nadas ou Afundas” /
“Le Grand Bain”
Realização | Gilles Lellouche
Argumento | Ahmed Hamidi, Julien
Lambroschini, Gilles Lellouche
Fotografia | Laurent Tangy
Montagem | Simon Jacquet
Interpretação | Mathieu Amalric,
Guillaume Canet, Benoît Poelvoorde, Jean-Hughes Anglade, Virginie
Efira, Leïla Bekhti, Marina Föis, Philippe Katerine, Félix Moati,
Alban Ivanov
Produção | Alain Attal, Hugo
Sélignac
França | 2018 | Comédia, Drama,
Desporto | 122 Minutos | M/14
Cine-Teatro de Estarreja
27 Dez 2018 | qui | 21:30
Confrontados com uma angustiante crise
de meia-idade, meia dúzia de quarentões decidem inscrever-se na
primeira equipa de natação sincronizada da piscina local. O facto
de se estarem a imiscuir num universo quase exclusivamente feminino,
faz aumentar o cepticismo e o gozo de todos à sua volta, tornando as
coisas ainda mais difíceis. Mas sob a orientação de duas antigas
campeãs da modalidade, também elas pessoas em crise, o grupo
acabará por se lançar numa aventura improvável, fazendo com que a
autoestima seja recuperada e a sua vida volte a ganhar algum sentido.
Primeira incursão na realização do
actor francês Gilles Lellouche, “Ou Nadas ou Afundas” surge
ancorado num argumento divertido e perfeitamente equilibrado. O
espaço da piscina desempenha um papel primordial no filme, ali se
reunindo as personagens nos momentos-chave, proporcionando situações
à vez ternas, positivas e tocantes, perfeitas na forma como
entrecortam as cenas mais intimistas ou dramáticas. Mas é do
excepcional casting que o filme retira a sua grande força, com os
actores a investirem de forma intensa nestas personagens perdidas dos
tempos modernos.
Dirigindo o olhar sobre uma modalidade
desportiva extremamente visual, o realizador mostra-se igualmente à
vontade na forma como oferece um conjunto de imagens de enorme beleza
estética. Aí se inserem os planos debaixo de água, com uma
conotação simbólica muito forte, tanto para as personagens como
para o espectador. Misturando as lágrimas e o riso, o filme vai
muito além da simples exploração do nome dos actores ou do seu
conceito de união e camaradagem, do tipo “Full Monty”. Uma
primeira obra de Gilles Lellouche perfeitamente estimável e que o
coloca, desde já, na lista dos realizadores a seguir com atenção.
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