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EXPOSIÇÃO: “The Cleaner”,
de Marina Abramović
Palazzo Strozzi, Florença
21 Set 2018 > 20 Jan 2019
Artista sérvia nascida há 71 anos em Belgrado, Marina Abramović é
uma das mais interessantes e controversas protagonistas da “Body
Art”, utilizando o corpo como instrumento de pesquisa e meio de
expressão artística. Mesclando teatro, meditação e, em certos
casos, auto-flagelação, a artista iniciou a sua carreira no início
dos anos 70, apresentando a sua obra quer em espaços públicos ou de
forma privada, por intermédio de fotos e vídeos. Interrogando-se
sobre a arte e o seu alcance, Marina Abramović trabalha em condições
extremas de sofrimento físico ou tensão psicológica, colocando à
prova os limites do corpo e as possibilidades da mente, suscitando
assim fortes reacções emotivas no público.
Com “The Cleaner”, a
artista chega a Florença, um dos berços do Renascimento, com uma
retrospectiva que integra uma centena de obras sob a forma de vídeos,
fotografias, pinturas, objectos, instalações e replicações ao
vivo de algumas das suas mais aclamadas performances. A série
“Rhythm” (1973-74), a celebrada performance “Art Must Be
Beautiful / Artis Must Be Beautiful” (1975) e “The Freeing Series
(Memory, Voice, Body)” (1975), são alguns exemplos que podem ser
apreciados, representativos da fase inícial da carreira de Marina
Abramović. Da relação romântica e parceria artística com o
artista alemão Ulay, um dos testemunhos mais interessante presentes
nesta exposição é a carrinha Citroën que serviu de guarida a
ambos durante 12 anos e que se encontra no pátio do Palazzo Strozzi.
Deste período é ainda possível observar “Imponderabilia”
(1977) ou “The Lovers” (1988) que marca o fim da sua relação,
em plena Muralha da China.
A tragédia da Guerra da Bósnia com o
perturbador “Balkan Baroque” (1977) – que valeu à artista o Leão
de Ouro da Bienal de Veneza -, um olhar sobre a complexa dinâmica
familiar da artista com “The Hero” (2001), dedicada ao seu pai, ou
o controverso “Balkan Erotic Epic” (2015), rivalizam com imagens
da performance “The Artist is Present” (2010), apresentado no
MoMA de Nova Iorque e na qual a artista se manteve em cena por um
período superior a 700 horas, sentada silenciosamente em frente a
1675 pessoas que, à vez, puderam experimentar o valor da comunicação
espiritual entre Marina Abramović e a sua audiência. Em suma, uma exposição
imperdível desta referência maior da performance mundial,
permitindo um olhar diferente sobre a arte através das relações
entre conceptualidade e fisicalidade, endurance e empatia,
cumplicidade e descontrolo, passividade e risco.
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