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EXPOSIÇÃO: “O Surrealismo em
Portugal”
Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso, Amarante
23 Jun > 16 Set 2018
O Surrealismo, esse acontecimento feito
de liberdade, amor e poesia, assumiu enorme relevância nos anos 20
do século passado no âmbito internacional, uma força que ainda
hoje é herança no contexto criativo e no pensamento estético. Esta
exposição é feita de uma selecção de obras que mostram a
importância e as múltiplas faces do acontecimento do Surrealismo em
Portugal. Uma mostra que se propõe representativa dos fundos da
colecção do Centro Português do Surrealismo – Fundação
Cupertino de Miranda, nas suas variantes temáticas e técnicas da
produção plástica dos autores que protagonizam a aventura da
intervenção surrealista em Portugal e no contexto internacional.
Relações que se estabelecem por via da admiração, das afinidades
e amizades, que resultaram em muitas das obras e documentos que aqui
podemos ver.
No percurso da exposição vamos ao
encontro de obras de Julio, que nos anos 30 desenvolvia um trabalho
de pendor surrealista que o tornava um autor singular nesta aventura.
De António Pedro, um dos autores de relevo no acontecimento do
Surrealismo em Portugal, podemos ver desenhos em que figuras se
metamorfoseiam numa relação com elementos naturais. De Mário
Cesariny percebemos o carácter experimentalista, obras criadas numa
estreita relação com a poesia e com a liberdade que se impunha
conquistar numa época de tons cinzentos e ar pesado. Cruzeiro Seixas
explora um universo onírico em que o desenho, os objectos
surrealistas, as colagens, respondem às inquietações do momento e
assumem manifestos de amor, liberdade e poesia. É também o desenho
que serve de base aos trabalhos de Risques Pereira, Pedro Oom,
António Maria Lisboa, Carlos Eurico da Costa, chegando a fronteira
da escrita a ficar diluída com a do desenho por uma singular
capacidade de fusão destes contextos e universos. Já Fernando José
Francisco, Mário Henrique Leiria e António Paulo Tomás, é através
da pintura que desenvolvem as suas manifestações plásticas de
resposta aos propósitos do Surrealismo.
Nomes como Carlos Calvet, Raúl Perez,
Eurico Gonçalves e Mário Botas habitam um universo de proximidade
ao registo surrealista, desenvolvendo uma obra em sincronia com a
apresentada pelo movimento. Ana Hatherly, Paula Rego, Gonçalo
Duarte, António Quadros e Manuel Patinha são artistas para quem o
Surrealismo esteve presente quer pelas relações que mantiveram com
alguns surrealistas, quer pelas linhas subtis que terão encontrado na
sua prática criativa. Eugénio Granell, Sergio Lima, Rik Lina,
Philip West e Jorge Camacho foram consolidando a relação dos
acontecimentos e divulgando o acontecimento nacional nas exposições
e actividades que faziam de âmbito internacional.
Contribuir para a preservação e
divulgação do Surrealismo português é um dos objectivos desta
exposição, bem como lembrar aqueles que deram o seu contributo a
estes acontecimentos e que nos deixaram obra. Agora podemos revisitar
esses momentos, rever esses tempos e contemplar a herança que aqui é
exposta, reflectindo e estudando. Assim, fazemos existir e damos
continuidade a tão importante movimento artístico e aos nomes a ele
ligados, com a responsabilidade que nos assiste de preservar a
memória e de a sustentar com um realizar assegurado pela liberdade e
verdade. Para ver até aos próximo dia 16 de Setembro!
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